Operação policial revela a influência familiar na conduta de Jair Renan, reforçando o ditado “exemplo vem de casa”.

No último dia 3, o então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, agora senador, confirmou que recebeu Jair Renan e representantes da empresa Gramazini Granitos e Mármores em uma audiência realizada em novembro de 2020. O encontro, que foi solicitado pelo gabinete de Jair Bolsonaro, pai de Jair Renan, aconteceu após intermediação do próprio filho.

A informação veio à tona através da revista Veja, que relatou que a mencionada empresa era patrocinadora da Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa de Jair Renan. É importante ressaltar que, ao contrário de seus irmãos Flávio, Carlos e Eduardo, Jair Renan ainda não ingressou oficialmente na política.

Durante seu depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, Marinho afirmou que a empresa buscava discutir uma “inovação tecnológica” na área habitacional. Ele ainda adicionou que não conhecia Jair Renan e que não se sentiu constrangido com sua presença, já que o mesmo entrou e saiu calado.

Contudo, o ponto central da discussão é o acesso privilegiado que uma empresa obteve através de um nome influente, no caso, Jair Renan. O fato de um indivíduo com sobrenome conhecido ter sentado no gabinete de um ministro levanta questionamentos sobre igualdade de oportunidades e acesso ao poder.

Seria um fato isolado ou empresas menos conhecidas teriam a mesma facilidade de acesso ao governo? Um exemplo seria uma startup de Ceilândia que procura uma reunião com o governo do Distrito Federal para conseguir uma sala no estádio Mané Garrincha, ou um empreiteiro honesto e morador da periferia de São Paulo, com excelentes ideias para economizar na reciclagem de materiais de construção. Seriam essas pessoas capazes de conseguir o mesmo acesso ao poder que Jair Renan?

Os apoiadores de Bolsonaro, que já criticaram veementemente as relações do filho de Lula com corporações interessadas nas gestões petistas, agora questionam: “E o PT?”. Levando em consideração as críticas anteriores ao Partido dos Trabalhadores e ao ex-presidente e sua família, que inclusive resultaram em ações judiciais, a pergunta que surge é: “E o Jair?”

É importante ressaltar que não se pode tirar conclusões precipitadas ou fazer acusações sem evidências concretas. Porém, é fundamental que a transparência e a equidade sejam mantidas nas relações entre o governo e as empresas, garantindo que todos tenham as mesmas oportunidades de acesso ao poder, independentemente de seus sobrenomes.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo