Trump ameaça não proteger aliados da Otan em caso de invasão russa
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou a ameaçar não proteger os aliados da Otan, a aliança militar ocidental, em caso de invasão promovida pela Rússia. Durante um comício na Carolina do Sul nesta quarta-feira (14), o republicano reforçou a ideia de que “se eles não vão pagar, nós não vamos proteger”.
Nesta quinta-feira (15), Trump reiterou suas declarações ao falar com jornalistas em um tribunal de Nova York, onde teve seu recurso negado pelo juiz Juan Merchan em um caso criminal relacionado ao pagamento de dinheiro para silenciar uma atriz pornô.
Trump argumentou que os países da Otan devem cumprir suas obrigações financeiras. Segundo ele, os Estados Unidos contribuem com US$ 200 bilhões, enquanto outros países contribuem com apenas US$ 25 bilhões, mesmo tendo uma economia quase do mesmo tamanho. O ex-presidente ressaltou a importância do compromisso dos membros da Otan em dedicar anualmente ao menos 2% de seu PIB à defesa, conforme acordado em 2006.
Essa questão tem gerado polêmica, visto que apenas 19 países cumpriram a meta de 2% do PIB com defesa em 2023, enquanto outros países, como França e Alemanha, ainda estão abaixo desse índice. Em termos proporcionais, a Polônia é o país que mais empenha valores na área militar, com 3,9% de seu PIB em 2023, seguida pelos EUA, com 3,5%.
As declarações de Trump aconteceram após o Senado americano aprovar um novo pacote de ajuda a Ucrânia, Israel e Taiwan no valor de US$ 95,3 bilhões. No entanto, o Partido Republicano e membros ligados a Trump têm resistido a esse texto, que deve ser derrubado na Câmara dos Deputados. Além disso, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou que a União Europeia não possui condições para defender o continente sozinha.
O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou indignação diante das ameaças de Trump, destacando que nenhum outro presidente em sua história já se curvou a um ditador russo. As falas do ex-presidente geraram repercussão mundial e preocupação em relação à segurança e estabilidade internacionais, despertando debates sobre os rumos das relações entre os Estados Unidos, a Rússia e os países membros da Otan.
