Yossi Halevi, defensor da ofensiva contra Gaza, afirma que Israel está cada vez mais sozinho no cenário mundial



Entrevista com Yossi Halevi sobre conflito Israel e Hamas

Conversa com Yossi Halevi sobre a situação entre Israel e o Hamas

Da janela de seu escritório em Jerusalém, Yossi Halevi, de 70 anos, tem uma visão privilegiada da Cisjordânia. Nascido nos EUA e vivendo em Israel desde os anos 1980, o jornalista fez último ano foi intenso para Israel o muro divisor do território palestino ocupado. Pela janela, Yossi fala de seu livro “Cartas ao meu Vizinho Palestino” (ed. Contexto), no qual defende o diálogo entre palestinos e israelenses como forma de solucionar a questão existencial para ambos.

Mas esse sentimento mudou após os ataques terroristas do Hamas em outubro do ano passado. Yossi passou a defender a ofensiva contra Gaza como necessária para eliminar uma ameaça profunda à humanidade. O jornalista também sugere uma aliança árabe-israelense para governar o território palestino, considerando o diálogo impossível enquanto o grupo terrorista estiver ativo.

Questionado sobre as declarações do presidente Lula da Silva, que caracterizou a resposta de Israel como “tão grave” quanto os ataques do Hamas, Yossi aponta uma “falha moral”. Para ele, a reação do Brasil mostra uma incompreensão da situação na região e um tratamento injusto a Israel.

Yossi também critica o governo Netanyahu, chamando-o de “terrível”. No entanto, durante a guerra, ele acredita que é necessária uma união para derrotar o Hamas, apesar de continuar protestando contra o governo. Segundo ele, a resposta de Israel à guerra é uma forma de autodefesa, não um ato agressivo.

Quando perguntado sobre a possibilidade de diálogo, o jornalista afirma que, no momento, não vê isso como uma opção viável. Ele acredita que a vitória é o objetivo principal no momento, mas espera que, após a guerra, Israel e parceiros árabes possam criar um acordo regional para a reconstrução de Gaza e investimento na Cisjordânia.

Yossi também compartilha sua visão sobre a possibilidade de uma ocupação israelense em Gaza, sugerindo a participação de forças multinacionais árabe-israelenses para garantir que o Hamas não retorne ao poder.

Por fim, ele comenta sobre o impacto traumático da guerra na sociedade israelense e afirma que o dia 7 de outubro será parte da identidade nacional. Ele não vê Israel como uma vítima e acredita que o país deve se manter forte diante dos desafios.


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