Na última terça-feira, diversos casos de violência foram registrados em apenas quatro quadras, entre a rua dos Protestantes e a avenida Rio Branco. A ocorrência mais grave resultou na morte de João da Silva Sousa, 54 anos, que foi assassinado com um golpe de arma branca na lateral esquerda do tórax. O porteiro foi atingido no largo General Osório por volta das 18h20, enquanto seguia para o trabalho.
Segundo testemunhas, a vítima foi abordada por um ladrão que aparentava ser morador de rua e usuário de drogas. O criminoso tentou roubar a mochila de Sousa, que resistiu e acabou sendo golpeado. A arma não foi encontrada, porém a mochila foi levada, enquanto a carteira e o celular do porteiro ficaram no local.
Antes do ataque contra Sousa, lojistas da rua Santa Ifigênia se envolveram em uma confusão com dependentes químicos no cruzamento com a rua dos Gusmões. Durante a tarde, os comerciantes montaram um bloqueio na rua para impedir que os usuários de drogas voltassem a ocupar o trecho próximo aos estabelecimentos. Utilizando grades de proteção que já estavam na rua, a ação tinha como objetivo evitar a aglomeração dos dependentes na rua dos Gusmões.
Durante o bloqueio, um comerciante foi ferido na cabeça após ser atingido por um caixote de madeira lançado por um dependente químico. A situação dos lojistas é crítica, com muitos relatando prejuízos financeiros e falta de clientes há meses.
No entanto, a ação dos comerciantes não impediu que os usuários voltassem para o local momentos depois. A permanência do grupo durou cerca de três horas. Mais tarde, um trio de guardas-civis chegou ao local e dispersou os dependentes químicos com uso de bombas e tiros de bala de borracha. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas.
Na tarde seguinte, os usuários já estavam novamente na rua dos Protestantes, mas no início da noite voltaram a se deslocar pela rua dos Gusmões. Assim, a falta de definição sobre um local fixo para a cracolândia continua a gerar instabilidade na região da Santa Ifigênia.
