Policiais condenados por torturar casal com saco plástico em ato de justiça.

A Justiça Militar do Rio Grande do Sul proferiu uma condenação contra dois policiais militares envolvidos em um caso de tortura, roubo e ameaças a um casal em um bar localizado em Novo Hamburgo (RS). Os fatos ocorreram em janeiro deste ano e vieram à tona após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, onde um dos policiais foi flagrado colocando um saco plástico na cabeça de uma mulher algemada.

Os policiais envolvidos, João Victor Alves Viana, de 30 anos, e Leanderson Silva, de 25 anos, ambos integrantes do 3º Batalhão de Polícia Militar de Novo Hamburgo, foram condenados a 10 anos, 1 mês e 10 dias de prisão em regime fechado. No entanto, as defesas dos acusados pretendem recorrer da decisão. É importante ressaltar que eles já estavam presos preventivamente devido às ameaças feitas às vítimas após a ocorrência dos crimes.

O episódio aconteceu na noite do dia 1º de janeiro de 2023, um domingo, no bairro São José. O casal estava no bar com outros dois amigos quando os policiais chegaram ao local, apontaram uma arma para a cabeça do homem e obrigaram o casal a entrar no estabelecimento.

Os amigos do casal saíram do local enquanto os policiais agrediam o casal, mantendo as portas fechadas. Durante o interrogatório, os policiais exigiam informações sobre drogas e dinheiro, chegando a algemar o homem e asfixiá-lo com um saco plástico na cabeça. A mulher foi asfixiada na frente do marido para que ele falasse, momento que foi registrado em vídeo.

Segundo a sentença proferida pelo juiz Francisco José de Moura Müller, os policiais perceberam que estavam sendo filmados e fugiram do local. No entanto, levaram R$250 em dinheiro e bebidas, mas deixaram para trás uma pistola e um colete à prova de balas. Mais tarde, retornaram ao local para recuperar os equipamentos e ameaçaram todos os presentes de morte caso o vídeo fosse divulgado.

O juiz concluiu que os policiais agiram em conjunto, utilizando violência e ameaças graves para constranger as vítimas. Segundo suas palavras, “lamentavelmente, jovens policiais militares que juraram defender a lei e proteger a sociedade, aproveitaram-se de suas funções para praticar crimes graves, desonrando a farda da nossa valorosa Brigada Militar”.

É importante destacar que os familiares das vítimas esperam que essa condenação seja um exemplo para que casos semelhantes não voltem a ocorrer. Além disso, esperam que outros policiais que tenham adotado comportamentos abusivos também sejam responsabilizados por seus atos.

Esta condenação reforça a importância de punir as condutas inadequadas de policiais, garantindo que a sociedade possa confiar nas forças de segurança. É fundamental que a justiça seja feita e que atos de tortura e abuso de poder sejam veementemente combatidos.

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