Profissionais responsabilizados por “graves erros” em material didático da rede estadual de ensino são afastados em SP.

 

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo (Seduc-SP) tomou medidas na última quinta-feira (31) para afastar os funcionários responsáveis pelos graves erros encontrados no material didático digital fornecido aos estudantes da rede estadual de ensino. A CNN teve acesso a três trechos do conteúdo que contêm erros nas disciplinas de história e biologia.

Um dos trechos menciona que o ex-presidente Jânio Quadros proibiu o uso de biquínis nas praias de São Paulo em 1961, quando na verdade a proibição ocorreu em praias brasileiras durante seu mandato presidencial. Outra informação incorreta está relacionada à assinatura da Lei Áurea em 1988. O material didático afirma que a lei foi assinada por Dom Pedro II, mas na verdade foi a Princesa Isabel quem a assinou.

Na disciplina de biologia, o material contém informações equivocadas sobre as possíveis formas de transmissão de doenças como Parkinson e Alzheimer. O texto sugere que essas doenças podem ser transmitidas pela água através da ingestão de metais pesados, agrotóxicos, medicamentos e produtos químicos em geral. No entanto, a causa específica do Alzheimer ainda não foi identificada e a hereditariedade é considerada um fator de risco. Quanto ao Parkinson, existem pesquisas que indicam uma possível relação com a exposição a toxinas como agrotóxicos.

O Coletivo Educação em Primeiro Lugar, formado por deputados estaduais da oposição, divulgou o caso e acionou a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado para investigar a situação. A Seduc-SP afirmou que os servidores responsáveis foram afastados e que os erros já foram corrigidos. A secretaria também reforçou a equipe de revisão do conteúdo didático.

É importante destacar que, no mês passado, a Secretaria da Educação anunciou que não receberia mais livros didáticos físicos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e que adotaria um modelo 100% digital para alunos do 6º ano em diante. Essa decisão gerou polêmica e foi criticada pelo Grupo de Atuação Especial de Educação do Ministério Público de São Paulo. Após a repercussão negativa, o governo de São Paulo recuou e decidiu disponibilizar tanto o material didático impresso quanto o digital, dando aos alunos a opção de escolher o formato.

Assim, o caso dos erros no material didático digital da rede estadual de ensino de São Paulo levanta questões sobre a qualidade do conteúdo oferecido aos alunos e destaca a importância de uma revisão cuidadosa e rigorosa do material utilizado nas escolas. É essencial garantir que os estudantes recebam informações corretas e confiáveis para seu aprendizado.

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