Como é tradição, o presidente do Brasil será o responsável por fazer o discurso inaugural dos chefes de Estado na abertura do debate geral, que reunirá os líderes dos 193 países membros da ONU. Antes de participar da Assembleia Geral, Lula estará em Havana, capital de Cuba, nos dias 16 e 17 de setembro, para participar da Cúpula de Líderes do G77 + China.
Os detalhes das duas viagens internacionais foram divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) em Brasília, na última quinta-feira (14).
A viagem a Nova York é considerada o ponto alto da agenda internacional do presidente Lula este ano, após sua presença em encontros estrangeiros como dos Brics, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e do grupo G20. O secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do MRE, embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, ressaltou a importância desta viagem.
Ainda não foram revelados os detalhes do discurso que Lula fará na abertura da Assembleia Geral da ONU, mas o embaixador Cozendey afirmou que será a oportunidade para que o presidente exponha à comunidade internacional e aos brasileiros as principais linhas da política externa brasileira em diversos temas.
Além de participar da Assembleia Geral, o presidente Lula terá uma série de encontros bilaterais em Nova York. Até o momento, estão confirmados os encontros com o secretário-geral da ONU, António Guterres, o diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. É esperado que, durante a reunião com Biden, os dois líderes anunciem um plano em defesa da criação de vagas de trabalho decente ao redor do mundo, com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A presença do presidente brasileiro em duas reuniões de alto nível ainda não está confirmada. A primeira é a Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que tem como objetivo fortalecer o cumprimento das metas relacionadas a aspectos ambientais e sociais estabelecidas na Agenda 2030 da ONU. A segunda é a Cúpula de Ambição Climática convocada pelo secretário-geral António Guterres, que busca impulsionar os governos a cumprir os objetivos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e o Acordo de Paris.
Lula viajará para os Estados Unidos acompanhado de uma comitiva de ministros, que ainda terá seus nomes confirmados. Os ministros deverão participar de diversas reuniões temáticas nas áreas de direitos humanos, saúde, desarmamento, entre outras. O ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, representará o Brasil em reuniões do grupo L69, que defende a expansão dos membros permanentes e não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Além dessas reuniões, estão previstos encontros dos ministros dos países do Brics, do Fórum de Diálogo entre Índia, Brasil e África do Sul (Ibas), do Mercosul e do grupo de chanceleres da América do Sul. Também serão realizadas três reuniões sobre saúde, com destaque para a discussão sobre a cobertura universal de saúde e a luta contra a tuberculose.
Essa viagem do presidente Lula para participar da Assembleia Geral da ONU é mais um momento importante para reafirmar as posições e políticas externas do Brasil perante a comunidade internacional.
