Antes do encontro, o presidente do colegiado, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), havia sugerido que o comando da Força Nacional à época dos ataques à Praça dos Três Poderes fosse ouvido, levando em consideração as críticas feitas por parlamentares de oposição sobre a atuação da corporação durante os incidentes.
O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) também defendeu a convocação dos comandantes, questionando por que os sete batalhões que estavam presentes em 8 de janeiro não auxiliaram outras forças de segurança na contenção dos manifestantes.
Por sua vez, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) argumentou que a pauta de votação deveria ter sido disponibilizada com 48 horas de antecedência, de acordo com o regimento, e defendeu a inclusão de outros requerimentos na pauta.
Além da Força Nacional, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), solicitou o depoimento do general Walter Braga Neto, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro. Inicialmente agendado para quinta-feira (5), o depoimento foi adiado.
Eliziane Gama confirmou que apresentará seu parecer no dia 17 e considerou pouco provável a prorrogação dos trabalhos da comissão.
Durante a coletiva de imprensa, Arthur Maia afirmou que a CPMI foi fundamental para o processo democrático brasileiro, ao divulgar os acontecimentos do dia 8 de janeiro e permitir que cada indivíduo tirasse suas próprias conclusões. Ele destacou a gravidade dos ataques e ressaltou que a investigação não pode se restringir apenas ao processo do Supremo Tribunal Federal, ao qual nem todos têm acesso.
Nesta terça-feira, a CPMI ouviu Argino Bedin, empresário do Mato Grosso acusado de financiar golpes antidemocráticos. Ele entrou com habeas corpus no STF para evitar comparecer à comissão, mas o ministro Dias Toffoli permitiu que ele não respondesse perguntas que poderiam incriminá-lo.
A reunião da CPMI continua no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.
Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Natalia Doederlein