A situação é desesperadora para Shaed Albanna, uma brasileira de apenas 18 anos, que está acompanhada de sua irmã mais nova e de sua avó. Shaed e sua irmã foram à Gaza para visitar a mãe, que estava doente e infelizmente faleceu de câncer. Além delas, há cerca de 30 pessoas abrigadas na escola, sendo dez brasileiros que desejam ser repatriados. Dentro desse grupo, há também outros 12 indivíduos que estão aguardando por socorro fora da escola, na cidade de Khan Younes, no sul de Gaza.
De acordo com informações do Itamaraty, Israel informou às agências das Nações Unidas que a região norte da Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 1,1 milhão de pessoas, deve ser evacuada em um prazo máximo de 24 horas. Essa medida tem preocupado a Organização Mundial da Saúde (OMS), que apela para que a ordem seja revista, argumentando que não há tempo hábil para retirar toda a população e temendo a escalada da crise humanitária.
“Como é que 1,1 milhões de pessoas poderão atravessar uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas? Estremeço ao pensar quais seriam as consequências humanitárias da ordem de evacuação”, afirmou Martin Griffiths, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência.
Diante desse cenário crítico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, na quinta-feira (12), com o presidente de Israel, Issac Herzog, e fez um apelo para que seja aberto um corredor humanitário que permita a saída das pessoas da Faixa de Gaza. Ainda não há informações sobre a resposta de Herzog a esse pedido.
A situação dos brasileiros abrigados na escola católica em Gaza é preocupante e incerta. As notícias sobre a necessidade de evacuação iminente aumentam o temor e a ansiedade dessas pessoas, que esperam por uma solução que lhes permita retornar em segurança ao Brasil. Enquanto isso, a diplomacia brasileira continua acompanhando de perto a situação e buscando informações para definir as medidas a serem tomadas em relação a esse grupo de brasileiros em Gaza.