A demissão dos servidores ocorreu após a deflagração da Operação Última Milha pela Polícia Federal, na manhã do mesmo dia. A operação tinha como objetivo investigar o uso indevido de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis, sem autorização judicial, pelos dois servidores da Abin. Ambos foram presos durante a ação, que também incluiu o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão em diferentes estados. As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a Polícia Federal, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira, que teria sido invadida repetidas vezes com o serviço adquirido com recursos públicos.
Além do uso indevido do sistema, investiga-se também a atuação dos servidores da Abin, que teriam utilizado o conhecimento sobre a utilização indevida do programa como meio de pressão para evitar demissões em um processo administrativo disciplinar.
Segundo a Casa Civil, a demissão foi justificada pelo fato de Eduardo Izycki e Rodrigo Colli terem participado, na condição de sócios representantes da empresa ICCIBER/CERBERO, de um pregão aberto pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro. O pregão tinha como objetivo a aquisição de uma solução de exploração cibernética e web intelligence capaz de coletar dados de diversas fontes da internet.
Dessa forma, os servidores infringiram regras administrativas, como a participação em administração e gerência de empresa privada, o conflito de interesses e o descumprimento do regime de dedicação exclusiva à Abin.
A demissão de Eduardo Izycki e Rodrigo Colli foi mais um desdobramento da Operação Última Milha, que visa combater irregularidades relacionadas ao uso indevido de recursos públicos e à espionagem ilegal. A atuação da Polícia Federal e a demissão dos servidores demonstram a importância de investigar e punir eventuais crimes cometidos por agentes públicos, garantindo a transparência e a eficiência do Estado.
Cabe ressaltar que as medidas judiciais adotadas, assim como a demissão dos servidores, são resultado de investigações e decisões tomadas pelas autoridades competentes, visando manter a ordem pública e a integridade das instituições envolvidas.
