Erdan afirmou que, devido às declarações de Guterres sobre Israel e os palestinos, o país se recusa a fornecer vistos aos representantes da ONU. Ele revelou que um visto já foi recusado ao secretário-geral adjunto para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.
O desentendimento entre Israel e Guterres teve início após a fala do secretário-geral da ONU durante uma sessão do Conselho de Segurança. Guterres afirmou que “as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horrendos do Hamas. E esses ataques horrendos não podem justificar o castigo coletivo do povo palestino.” Ele também acrescentou que há violações graves e claras do direito humanitário internacional em Gaza.
Israel interpretou as declarações de Guterres como justificação dos atos do Hamas, que no dia 7 de outubro invadiu o país causando a morte de mais de mil pessoas e deixando mais de 200 reféns. O chanceler de Israel, Eli Cohen, cancelou um encontro que teria com Guterres e o embaixador de Israel na ONU pediu a demissão do secretário-geral das Nações Unidas.
Em resposta às críticas recebidas, Guterres negou ter justificado os ataques do Hamas e expressou choque com as deturpações feitas sobre sua declaração. Ele afirmou que suas palavras foram mal interpretadas e reiterou sua posição contrária a atos de terrorismo.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil demonstrou apoio a Guterres, elogiando seu trabalho incansável no aspecto humanitário do conflito e na promoção do diálogo entre os membros durante a crise atual.
A suspensão dos vistos para os funcionários da ONU por parte de Israel pode ter consequências para o trabalho da organização no país. A ONU possui diversas agências que atuam em Israel e na Palestina, prestando assistência humanitária e promovendo a paz na região. Resta agora aguardar como serão lidadas as repercussões dessa decisão por ambas as partes envolvidas.