Brasileiros presos na Faixa de Gaza recebem recursos do governo para comprar alimentos e materiais essenciais

No momento em que a Faixa de Gaza continua enfrentando conflitos intensos, os 32 brasileiros que estão presos na região aguardando autorização para deixá-la receberam recursos financeiros nesta quarta (25) e quinta-feira (26) para comprar alimentos, água e materiais essenciais. O governo brasileiro transferiu o dinheiro por meio do Escritório da Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia.

Enquanto fazia compras na manhã desta quinta-feira, o brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, testemunhou uma bomba caindo perto do mercado da cidade de Khan Yunis, localizada ao sul da Faixa de Gaza. Ele expressou sua indignação e preocupação com a situação. Rabee, que vive em São Paulo, viajou para Gaza com sua esposa e duas filhas para visitar a família apenas alguns dias antes do início do conflito.

Rabee, um palestino naturalizado brasileiro, relatou que está enfrentando dificuldades para encontrar água mineral e gás de cozinha. Ele explicou que antes do conflito, 500 litros de água custavam apenas 10 shekels, mas agora custam 100 shekels, e mesmo assim, é difícil encontrá-la. Além disso, ele mencionou que está enfrentando problemas para encontrar alimentos frescos, como frutas. A situação tem sido complicada para a família de Rabee, que está há três dias sem gás de cozinha. Eles têm se alimentado de enlatados, como atum e carne enlatada.

Outro grupo de brasileiros, composto por 16 pessoas, está na cidade de Rafah. Shahed al-Banna, uma brasileira-palestina de 18 anos que faz parte desse grupo, informou que também fizeram compras nesta quinta-feira, adquirindo itens como farinha, óleo, azeite, verduras, queijos e shampoo.

O embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, confirmou que todas as famílias receberam recursos financeiros e estão conseguindo fazer compras nos mercados locais. No entanto, ele destacou que devido à falta de energia para refrigeradores, produtos perecíveis não podem ser estocados.

Enquanto os brasileiros presos na Faixa de Gaza recebem ajuda financeira do governo brasileiro, entidades de ajuda humanitária têm alertado que a quantidade de mantimentos que chega à região não é suficiente para atender a população. De acordo com o Escritório para Assuntos Humanitários da ONU, aproximadamente 20 caminhões com ajuda humanitária entram em Gaza diariamente, o que representa apenas cerca de 4% do volume médio diário de mercadorias que entravam antes do início das hostilidades.

A situação na Faixa de Gaza continua preocupante, com os brasileiros enfrentando dificuldades para encontrar alimentos, água e materiais básicos de sobrevivência. A comunidade internacional e os governos de diversos países devem intensificar seus esforços para ajudar a população afetada por esse conflito.

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