Seca na Amazônia acende alerta sobre a disponibilidade de água doce e a possibilidade de períodos de seca cada vez mais severos.

A seca atual da Amazônia está despertando um alerta preocupante sobre os impactos dos fatores climáticos na disponibilidade de água doce. O aumento da estiagem pode iniciar um ciclo que se prolongará além de 2023, a menos que os rios se recuperem antes da próxima estação seca. Esse cenário levaria os rios a entrarem na próxima estiagem com níveis baixos e com o clima ainda provavelmente influenciado pelo El Niño, o que resultaria em períodos de seca cada vez mais severos.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) fez esse alerta durante uma sessão de debates temáticos sobre fenômenos climáticos e desastres naturais que impactam o Brasil. A sessão foi promovida no Plenário do Senado e contou com a participação de autoridades, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e representantes de entidades ambientais.

Amin destacou que o ano de 2023 já é marcado por eventos climáticos extremos em todo o mundo. No Brasil, houve fortes chuvas no litoral norte de São Paulo, que causaram a morte de 64 pessoas em fevereiro. Em junho, as chuvas deixaram mais de 16 mil pessoas desabrigadas no Sul do país. Além disso, a região amazônica está vivendo uma seca sem precedentes, com o Rio Negro atingindo o nível mais baixo desde 1902.

O senador ressaltou que as temperaturas também estão atingindo recordes. O Brasil teve o Inverno mais quente dos últimos 62 anos, enquanto o Verão de 2023 no Hemisfério Norte foi o mais quente já registrado. Amin explicou que as razões por trás desses fenômenos são complexas e envolvem tanto fatores climáticos de longo prazo quanto fatores cíclicos, como o El Niño.

A necessidade de aprimorar ferramentas de prevenção e reação aos desastres naturais foi ressaltada pelo senador. Ele argumentou que não se deve olhar apenas para eventos pontuais, mas também se preparar para enfrentar desafios ainda mais graves associados às mudanças climáticas.

Durante a sessão, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que as mudanças climáticas já são uma realidade que afeta milhões de pessoas. Ele destacou a importância de descarbonizar e fortalecer a resiliência das infraestruturas nas áreas urbanas. Alckmin também enfatizou a necessidade de prevenir e estar preparado para os desastres decorrentes das mudanças climáticas.

A falta de água também foi discutida durante a sessão. Márcia Cristina Bernardes Barbosa, secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, alertou que a escassez de água é um problema global e que a população e os municípios devem se preparar para enfrentar desastres futuros causados pelas mudanças climáticas.

O cientista Carlos Nobre destacou a importância de o Congresso Nacional apoiar políticas de adaptação às mudanças climáticas e aos extremos climáticos cada vez mais frequentes. Ele afirmou que os extremos climáticos estão se tornando recordes em todo o mundo e que é necessário agir para evitar riscos futuros.

Regina Célia dos Santos Alvalá, diretora substituta do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, enfatizou a importância do monitoramento contínuo das regiões impactadas por desastres naturais. Ela explicou que atualmente o centro monitora 1.038 municípios brasileiros e emite alertas de desastres.

Diante dos desafios das mudanças climáticas e da escassez de água, é necessária uma ação urgente. Os órgãos governamentais, as entidades ambientais e a sociedade como um todo devem trabalhar juntos para prevenir e mitigar os impactos desses fenômenos extremos. Somente dessa forma poderemos garantir a segurança e o bem-estar das gerações futuras.

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