Fungo causa infecção ocular em pacientes após mutirão de cirurgia de catarata no Amapá, com relatos de cegueira.

Na primeira semana de setembro, um mutirão de cirurgias contra catarata realizado no estado do Amapá resultou em um grave incidente médico. Dos 141 pacientes que participaram do procedimento, 104 foram infectados pelo fungo Fusarium, causando um quadro de endoftalmite, uma infecção rara que afeta os tecidos internos do olho.

Os relatos dos pacientes são alarmantes, com alguns deles afirmando terem ficado cegos após a cirurgia. A Secretaria de Saúde do Amapá está acompanhando de perto a situação e oferecendo suporte às famílias afetadas. Os pacientes estão recebendo atendimento médico 24 horas, medicação, transporte e até mesmo atendimento psicológico.

O mutirão faz parte do Programa Mais Visão, que é financiado por emenda parlamentar e executado por uma empresa contratada através de convênio entre o estado e o Centro de Promoção Humana Frei Daniel de Samarate (Capuchinhos). O programa foi iniciado em 2020 e já realizou mais de 100 mil atendimentos, sendo a maior demanda por cirurgias de catarata.

Segundo a Secretaria de Saúde, o estado repassa os recursos federais para os Capuchinhos, que contratam uma empresa terceirizada para realizar os procedimentos. O último repasse foi feito em setembro. Apesar dos casos bem-sucedidos e relatos de retorno total da visão, os atendimentos foram imediatamente suspensos após os primeiros relatos de infecção. Em 6 de outubro, o programa foi suspenso por completo.

O Ministério Público do Amapá já iniciou uma investigação sobre o incidente no Programa Mais Visão. Representantes do governo estadual, da Secretaria de Saúde, do Laboratório Central (Lacen), da Defensoria Pública e dos Capuchinhos foram ouvidos na semana passada. O objetivo é apurar as responsabilidades e garantir a segurança dos pacientes.

A infecção por fungo em uma cirurgia é bastante preocupante, pois pode levar a complicações e até mesmo à perda total da visão. É necessário que medidas sejam tomadas para evitar que casos como esse ocorram novamente. A segurança dos pacientes deve ser a principal preocupação dos profissionais de saúde e das autoridades responsáveis pela fiscalização dos serviços médicos.

Enquanto isso, as famílias afetadas pelo incidente no Amapá continuam enfrentando um momento difícil. O apoio do governo do estado e a prestação de serviços médicos e psicológicos são essenciais para amenizar o impacto causado por essa grave situação.

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