Produção industrial brasileira apresenta leve variação positiva de 0,1% em setembro, aponta pesquisa do IBGE.

A produção industrial brasileira teve uma variação de 0,1% no mês de setembro, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado representa um pequeno aumento em relação ao mês anterior, quando a variação foi de 0,2%, e uma queda de 0,3% em julho.

A principal influência positiva no resultado do mês veio da atividade de indústrias extrativas, que registrou um avanço de 5,6%. Em relação a setembro do ano passado, houve um crescimento de 0,6%. No acumulado do ano, a produção industrial brasileira apresenta um recuo de 0,2%, e nos últimos 12 meses, a variação é nula (0,0%).

Apesar de ter sido o segundo mês seguido de crescimento, o resultado de setembro não altera o comportamento de menor dinamismo que caracteriza a indústria nos últimos meses. Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o índice desse mês ainda mostra predominância de taxas negativas, atingindo três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 25 ramos industriais investigados.

O setor industrial permanece 1,6% abaixo do patamar pré-pandemia em fevereiro de 2020 e 18,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Segundo Macedo, os elevados juros, mesmo com a redução observada nos últimos meses, têm influência direta sobre as decisões de investimento das empresas e o consumo das famílias. Além disso, o crédito ainda caro e as altas taxas de inadimplência também explicam o cenário atual.

Entre as atividades industriais, o destaque positivo em setembro foi a alta de 5,6% nas indústrias extrativas, impulsionada pela maior extração de petróleo e minérios de ferro. Os produtos químicos (1,5%) e os de petróleo e biocombustíveis (0,5%) também tiveram contribuições relevantes para o resultado positivo do mês.

Por outro lado, as maiores quedas na produção foram observadas nos setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-16,7%), máquinas e equipamentos (-7,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,1%). No caso dos produtos farmacêuticos, o recuo interrompeu uma sequência de dois meses consecutivos de expansão na produção.

É importante ressaltar que, mesmo com o avanço em setembro, o setor industrial ainda enfrenta desafios para se recuperar totalmente dos impactos da pandemia. A indústria farmacêutica, por exemplo, apresenta alta volatilidade e é comum ter quedas e avanços elevados em sequência ao longo do tempo.

Em comparação com setembro do ano passado, a produção industrial teve um aumento de 0,6%. Nessa comparação, destaca-se o desempenho positivo em áreas como coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (11,3%), indústrias extrativas (9,1%) e produtos alimentícios (6,7%). No entanto, setores como veículos automotores, reboques e carrocerias (-15,8%) e máquinas e equipamentos (-12,4%) registraram quedas significativas.

Em síntese, os dados da produção industrial brasileira em setembro mostram uma leve melhora em relação aos meses anteriores, mas o setor ainda enfrenta desafios para se recuperar totalmente. O crescimento é influenciado principalmente pelas indústrias extrativas, enquanto outros setores ainda apresentam quedas significativas. O ambiente de altos juros, crédito caro e elevadas taxas de inadimplência também impactam negativamente o desempenho da indústria. A expectativa é que o setor continue a se recuperar gradualmente nos próximos meses, porém, a retomada completa ainda deve levar tempo.

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