Cemitério São Luiz apresenta melhorias, mas frequentadores aguardam para ver se zeladoria será mantida ao longo do ano

A privatização dos cemitérios da cidade de São Paulo, que começou no início deste ano, tem gerado opiniões divergentes entre os frequentadores. Dona Graça Maria Alves, de 75 anos, frequenta o cemitério São Luiz há mais de 50 anos e afirma ter notado melhorias na zeladoria desde que a administração passou para a iniciativa privada. No entanto, ela expressa cautela ao afirmar que “na época do dia de Finados, tudo é bonito”.

Segundo dona Graça, o cemitério costumava estar cheio de mato, mas agora está todo capinado e até ampliaram a área de covas. Ela admira as mudanças, mas ressalta que é preciso observar como será o cuidado durante o resto do ano. A prefeitura paulistana transferiu a gestão de todos os 22 cemitérios da cidade para a iniciativa privada por um período de 25 anos. Quatro consórcios privados assumiram a administração, manutenção, exploração, revitalização e expansão dos recintos desde março.

Dona Graça também relembra as condições precárias do cemitério no passado, com partes inacessíveis devido ao cheiro forte e ossos rolando quando chovia, devido às covas rasas. Ela acredita que aqueles que estão enterrados no local estão mais felizes do que os que estão do lado de fora e sempre acende velas em homenagem a seus entes queridos.

Entretanto, uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo encontrou algumas falhas nos cemitérios privatizados. O relatório apontou ossos não ensacados e sacos de ossos sem identificação, jazigos e túmulos abertos que representam riscos aos visitantes, ausência de vigilantes em alguns locais e falta de cercas elétricas e câmeras de segurança em diversos cemitérios.

Diante dessas constatações, os conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo aprovaram um alerta para a prefeitura, destacando que o contrato de concessão dos cemitérios não está sendo respeitado e que há diversas falhas nos serviços prestados. Um dos pontos de destaque é a falta de cumprimento da lei que garante a gratuidade de sepultamento para doadores de órgãos.

A partir do alerta, o tribunal determinou que as concessionárias adotem medidas imediatas para garantir que todas as formas de gratuidade sejam informadas aos familiares e que as regras sejam cumpridas. A prefeitura terá que tomar providências para sanar as falhas encontradas e assegurar que a privatização não prejudique a qualidade dos serviços oferecidos nos cemitérios da cidade.

É importante acompanhar a evolução da administração privada nos cemitérios de São Paulo e verificar se as melhorias observadas durante o Dia de Finados se manterão ao longo do ano. A população espera que os problemas identificados pela auditoria sejam solucionados e que a gestão dos cemitérios seja eficiente e respeitosa, garantindo um ambiente digno para as famílias visitarem seus entes queridos.

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