Supremo Tribunal Federal decide que Justiça Militar pode julgar civis em tempos de paz após voto de desempate de Alexandre de Moraes.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão polêmica nesta sexta-feira (10), ao determinar que a Justiça Militar pode julgar civis em tempos de paz. A votação terminou em 6 a 5 a favor dessa competência, em um julgamento virtual que durou um bom tempo. O caso envolvia um empresário processado pela justiça castrense por oferecer propina a um oficial do Exército para obter autorização para comercializar vidros blindados.

Antes de chegar ao STF, o Superior Tribunal Militar (STM) havia negado a transferência do processo para a Justiça comum e confirmado a competência da Justiça Militar para julgar casos específicos de crimes cometidos por civis contra as Forças Armadas. O ministro Alexandre de Moraes foi decisivo no desempate, argumentando que a Justiça Militar é responsável pelo julgamento de crimes conforme determinação da lei.

Essa decisão traz à tona debates sobre a competência da Justiça Militar para julgar militares por crimes cometidos durante operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com uma ação em 2013 contestando um trecho da Lei Complementar 97/1999, que ampliou a competência da Justiça Militar para julgamento de crimes que não estão diretamente ligados às funções típicas das Forças Armadas, como operações de GLO, combate ao crime e para garantir a segurança das eleições.

Esse tema ainda está pendente no Supremo e não há previsão para retomada do julgamento. A controvérsia se estabelece em torno dos limites da atuação da Justiça Militar e da sua competência para julgar casos que envolvam civis e militares em situações de conflito e de segurança nacional.

A decisão do STF mostra a importância de se discutir e revisar as leis que definem a competência da Justiça Militar e os limites de sua atuação. As decisões tomadas nesse âmbito têm impacto direto na garantia dos direitos fundamentais e da justiça para todos os cidadãos, sejam civis ou militares. A discussão promete se estender e ganhar ainda mais repercussão no cenário jurídico e político do país.

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