Nascido em 1959 no Vale do Rio Berlengas, no Piauí, Bispo completaria 64 anos no próximo dia 10. Ele foi o primeiro membro de sua família a ser alfabetizado e apesar de ter formalmente completado apenas o ensino fundamental, era considerado por muitos como um dos maiores intelectuais quilombolas do Brasil. Bispo publicou dois livros, “Quilombos, modos e significados” (2007) e “Colonização, Quilombos: modos e significados” (2015), além de diversos artigos e poemas.
O ativista também teve participação ativa na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). A Conaq lamentou a morte de Nêgo Bispo e destacou sua contribuição para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também prestou homenagem ao intelectual, ressaltando a importância de sua obra e legado para as comunidades quilombolas.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e autoridades federais manifestaram suas condolências pela perda do importante intelectual quilombola. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a passagem de Nêgo Bispo como o fim de uma era e ressaltou o legado que ele deixa para o pensamento negro brasileiro. Já o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, ressaltou a importância de Bispo para a cultura nacional e internacional.
O falecimento de Nêgo Bispo deixa uma lacuna no movimento quilombola e na literatura brasileira, seu legado será lembrado e reverenciado por gerações, sua memória inspirará aqueles que seguem a luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas. Este importante pensador e ativista, deixa um legado inesquecível para a cultura brasileira e sua morte representa uma grande perda para a sociedade.