35 ANOS DO ASSASSINATO DE CHICO MENDES E SEU LEGADO NA PRESERVAÇÃO DA AMAZÔNIA: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS QUE INSPIRAM.

Há exatos 35 anos, o líder seringueiro Chico Mendes foi assassinado a tiros ao sair para tomar banho em sua casa, no Acre. Um dos últimos a vê-lo vivo foi o engenheiro agrônomo Gomercinco Rodrigues, conhecido como Guma, que desde então carrega o peso do legado e da memória do grande amigo. Ao recordar o fatídico dia do assassinato, Guma ainda se emociona ao relembrar a conversa que teve com Chico Mendes naquela tarde. O encontro foi marcado não apenas por preocupações com o futuro dos trabalhadores rurais, mas também por uma inquietude quanto à segurança do ativista.

Poucos minutos depois de deixar a casa do amigo, Guma soube que Chico Mendes havia sido alvejado por um tiro de espingarda. Desesperado, percorreu a cidade em busca de ajuda para o líder sindicalista, mas sem sucesso. Chico Mendes morreu logo após ser resgatado e, desde então, Guma se uniu a outros ativistas para criar o Comitê Chico Mendes, a fim de cobrar das autoridades uma investigação rápida e justiça para o crime.

Paralelamente, a filha de Chico Mendes, Ângela Mendes, tem se dedicado a preservar a memória do pai e a lutar contra o apagamento de sua história. Ela relata que nos últimos anos tentaram reduzir a importância do legado de Chico Mendes, chegando inclusive a fechar o memorial de sua casa e derrubar sua estátua. Porém, com perseverança, o Comitê Chico Mendes conseguiu reabrir a casa do líder sindicalista e reerguer sua estátua, mantendo viva sua memória e suas contribuições.

A morte de Chico Mendes teve consequências muito além da perda pessoal para Guma e Ângela Mendes. O assassinato também levantou debates sobre a proteção dos defensores da terra e do meio ambiente na região amazônica, onde, até hoje, a impunidade e a violência continuam a ameaçar aqueles que lutam por um desenvolvimento sustentável.

Além de preservar a memória e o legado de Chico Mendes, a filha Ângela seguiu os passos do pai e se dedicou à causa ambiental, atuando como analista de conservação na ONG internacional WWF. Ela vê no trabalho que realiza a continuidade do legado do pai, ensinando a perseverar e a lutar por um futuro mais sustentável.

Para Guma, o legado mais marcante de Chico Mendes foi a criação das reservas extrativistas, um modelo de área protegida que só se concretizou após a morte do líder seringueiro. As reservas, segundo ele, representam um avanço na proteção dos meios de vida e da cultura das populações tradicionais, promovendo o desenvolvimento sustentável sem destruição.

Em meio às lembranças e à luta, o legado de Chico Mendes segue vivo, inspirando novas gerações a perseverar e a lutar por um futuro mais sustentável. Sua memória permanece como um símbolo de esperança e ação em prol do meio ambiente e das comunidades tradicionais.

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