Brasil lidera número de casos de dengue no mundo em 2023, com 2,9 milhões registrados, segundo OMS, e preocupa especialistas

O Brasil lidera as estatísticas mundiais de casos de dengue, com registro de 2,9 milhões de casos apenas em 2023, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número supera a metade dos 5 milhões de casos registrados globalmente. A situação preocupa a OMS, que destacou a disseminação da doença para países onde historicamente não havia circulação da dengue.

O aumento dos casos de dengue é atribuído à crise climática, que tem levado ao aumento das temperaturas em todo o mundo, proporcionando condições para que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, sobreviva em ambientes onde antes não era possível. O fenômeno El Niño em 2023 acentuou os efeitos do aquecimento global, ampliando as condições climáticas propícias para a propagação da doença.

A OMS divulgou que mais de 5 milhões de infecções por dengue foram reportadas em todo o mundo, resultando em 5 mil mortes pela doença. A maior parte desses casos, correspondendo a 80%, foram notificados nas Américas, seguidas pelo Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental. O Brasil concentra, sozinho, o maior número de casos na região americana, seguido por Peru e México.

No Brasil, 1.474 casos, que constituem 0,05% do total, foram identificados como dengue grave, também conhecida como dengue hemorrágica. Além disso, países anteriormente livres da dengue, como França, Itália e Espanha, relataram casos de infecção adquirida internamente, sem exposição ao vírus no exterior.

A plataforma AdaptaBrasil identificou que as mudanças climáticas no Brasil podem levar à proliferação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti, agravando os casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. O aumento das temperaturas e das condições ambientais favorecem a expansão desses vetores, podendo impactar negativamente a saúde pública.

A dengue é a infecção viral mais comum transmitida por mosquitos infectados, com sintomas que incluem febre alta, dores no corpo e articulações, mal-estar, entre outros. O Ministério da Saúde tem orientado a população a adotar medidas para evitar a proliferação do mosquito transmissor, como eliminar criadouros e utilizar medidas de proteção contra picadas.

Em um esforço para conter a propagação da doença, o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina será disponibilizada inicialmente para públicos e áreas prioritárias, após análise e aprovação da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).

O Brasil está adotando medidas de vigilância e controle da dengue, com a instalação de uma Sala Nacional de Arboviroses para monitoramento em tempo real das áreas com maior incidência das doenças transmitidas por mosquitos. Além disso, profissionais de saúde têm sido capacitados para o manejo clínico e controle da dengue. O Ministério da Saúde ressalta a importância da prevenção por parte da população para reduzir a transmissão da doença.

A dengue continua a representar um desafio significativo para a saúde pública no Brasil e em todo o mundo. A conscientização, prevenção e controle da doença são fundamentais para mitigar o impacto da dengue na população.

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