Confederação indígena do Equador culpa políticas neoliberais pela crise de segurança e pede união nacional para superá-la

A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) aponta as políticas neoliberais como responsáveis pela atual crise de segurança no país. De acordo com a organização, as medidas neoliberais adotadas pelo Estado resultaram em desigualdade, pobreza e enfraquecimento das instituições, abrindo espaço para o recrutamento de jovens por parte do crime.

A Conaie, fundada em 1986, é composta por 53 organizações de base indígena, representando 18 povos de 15 nacionalidades originárias do Equador. A entidade liderou protestos contra medidas implementadas pelos governos de Lenín Moreno, em 2019, e Guilherme Lasso, em 2022.

Segundo a Confederação, a falta de liderança e de um projeto político claro nos últimos governos contribuiu para a atual crise, que é agravada pela permissividade das autoridades em relação ao avanço do crime organizado. A instituição indígena ainda faz um apelo para que a população se mantenha ativa em guardas comunitárias, controlando o acesso a seus territórios, e destaca a necessidade de construir a unidade nacional para superar a situação.

A crise de segurança tem sido evidenciada pela recente onda de sequestros e explosões provocadas por grupos do crime organizado ligados ao tráfico de drogas. Após a fuga de um líder de uma das quadrilhas que atuam no país, diversos sequestros de civis e policiais foram registrados. A situação chegou a um ponto alarmante quando um telejornal foi invadido por criminosos enquanto estava no ar.

Em resposta, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou Estado de Emergência com toque de recolher e convocou as Forças Armadas para atuar contra os grupos criminosos. A Conaie, por sua vez, pede que o governo e a Assembleia Nacional não usem a crise como desculpa para aprovar leis ou políticas antipopulares que afetem a maioria da população. A organização ressalta que tais medidas apenas agravariam a situação e provocariam uma reação popular em defesa dos direitos em uma conjuntura provocada pelos governos.

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