O consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tal Becker, argumentou que a tentativa de usar o termo “genocídio” contra Israel é uma distorção da realidade e esvazia a força e significado da palavra. Becker também defendeu que a denúncia sul-africana é uma difamação destinada a negar a Israel o direito de se defender legalmente do ataque terrorista do Hamas. Ele apelou à Corte para rejeitar o pedido de medidas cautelares que buscam suspender as operações militares em Gaza, afirmando que tal suspensão colocaria Israel em risco.
Tal Becker também alegou que a África do Sul modificou a natureza do conflito no Oriente Médio, visando substituir a lente do conflito armado entre um Estado e uma organização terrorista pela lente do genocídio. Segundo o representante de Israel, o país não tem a intenção de destruir o povo palestino, ocupar permanentemente Gaza ou forçar o êxodo de sua população, mas apenas de destruir o Hamas.
A África do Sul alega que Israel tem bombardeado a população civil indiscriminadamente, porém, Becker contrapõe afirmando que o Hamas utiliza estruturas civis e humanitárias para atacar Israel. Ele também destacou que as Forças de Defesa de Israel empregaram uma série de medidas para cumprir o direito humanitário internacional.
Este conflito judicial entre Israel e a África do Sul começou quando o país africano ingressou com uma ação na CIJ, acusando Israel de praticar genocídio em Gaza devido às ações militares. O Brasil manifestou apoio à denúncia contra Israel, enquanto os representantes do país africano fizeram a sustentação oral da denúncia na Corte. Eles alegam que o povo palestino segue sendo deslocado de suas terras à força, em um processo de colonização iniciado com a criação do Estado de Israel, em 1948.
Assim, a batalha legal entre Israel e a África do Sul na Corte Internacional de Justiça continua, com ambos os lados defendendo com veemência suas posições e buscando uma decisão que favoreça seus interesses.