Israel nega acusação de genocídio na Faixa de Gaza feita pela África do Sul em audiência na Corte Internacional de Justiça.

Os representantes de Israel rejeitaram as acusações feitas pela África do Sul perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, nos Países Baixos, nesta sexta-feira (12). A acusação diz respeito à prática de genocídio na Faixa de Gaza. Segundo os advogados israelenses, a denúncia é uma deturpação dos acontecimentos na região e pediram ao tribunal que rejeite a solicitação sul-africana de suspender as ações militares na área. Após a defesa de Israel ser ouvida, a presidente da Corte, Joan Donoghue, afirmou que a ordem referente ao caso será emitida “o mais rapidamente possível”.

O consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tal Becker, argumentou que a tentativa de usar o termo “genocídio” contra Israel é uma distorção da realidade e esvazia a força e significado da palavra. Becker também defendeu que a denúncia sul-africana é uma difamação destinada a negar a Israel o direito de se defender legalmente do ataque terrorista do Hamas. Ele apelou à Corte para rejeitar o pedido de medidas cautelares que buscam suspender as operações militares em Gaza, afirmando que tal suspensão colocaria Israel em risco.

Tal Becker também alegou que a África do Sul modificou a natureza do conflito no Oriente Médio, visando substituir a lente do conflito armado entre um Estado e uma organização terrorista pela lente do genocídio. Segundo o representante de Israel, o país não tem a intenção de destruir o povo palestino, ocupar permanentemente Gaza ou forçar o êxodo de sua população, mas apenas de destruir o Hamas.

A África do Sul alega que Israel tem bombardeado a população civil indiscriminadamente, porém, Becker contrapõe afirmando que o Hamas utiliza estruturas civis e humanitárias para atacar Israel. Ele também destacou que as Forças de Defesa de Israel empregaram uma série de medidas para cumprir o direito humanitário internacional.

Este conflito judicial entre Israel e a África do Sul começou quando o país africano ingressou com uma ação na CIJ, acusando Israel de praticar genocídio em Gaza devido às ações militares. O Brasil manifestou apoio à denúncia contra Israel, enquanto os representantes do país africano fizeram a sustentação oral da denúncia na Corte. Eles alegam que o povo palestino segue sendo deslocado de suas terras à força, em um processo de colonização iniciado com a criação do Estado de Israel, em 1948.

Assim, a batalha legal entre Israel e a África do Sul na Corte Internacional de Justiça continua, com ambos os lados defendendo com veemência suas posições e buscando uma decisão que favoreça seus interesses.

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