Quatro jovens morrem por intoxicação em carro após alteração irregular no escapamento

Quatro jovens foram encontrados mortos no dia 1º de janeiro, em um carro na rodoviária de Balneário de Camboriú, em Santa Catarina. Após investigação da Polícia Científica do estado, ficou constatado que as mortes foram causadas por intoxicação de monóxido de carbono. A polícia apurou que a falha ocorreu devido a modificações feitas em uma peça do escapamento do veículo, com o intuito de aumentar a potência do motor.

Os jovens Thiago de Lima Ribeiro (21 anos), Karla Aparecida dos Santos (19 anos), Gustavo Pereira Silveira Elias (24 anos) e o adolescente Nicolas Kovaleski (16 anos) foram encontrados mortos, após comemorarem o réveillon na cidade. Uma quinta pessoa que estava no carro sobreviveu. Segundo a polícia, as investigações iniciais apontaram que as vítimas tiveram parada cardiorrespiratória, levantando suspeitas de intoxicação com monóxido de carbono.

A perita geral da Polícia Científica de Santa Catarina, Andressa Boer Fronza, ressaltou que a asfixia por monóxido de carbono decorreu das alterações irregulares no escapamento. O laudo pericial e as análises de sangue e urina das vítimas revelaram que não havia presença de drogas, medicamentos ou venenos, apenas a presença do gás tóxico.

De acordo com a perita criminal Bruna de Souza Boff, as amostras de sangue e urina das vítimas não detectaram presença de drogas, medicamentos ou venenos. As análises de monóxido de carbono revelaram níveis acima de 50% em três vítimas, e entre 49% e 50% na quarta vítima. O perito Luiz Gabriel Alves explicou que as modificações feitas no veículo, visando aumentar a potência e o ruído do motor, resultaram na sucção do gás pelo ar-condicionado, tornando o interior do veículo em uma “atmosfera tóxica”.

O delegado Vicente Soares informou que o foco da investigação será a oficina responsável pelas modificações no veículo. Os mecânicos envolvidos na montagem do equipamento poderão ser responsabilizados por homicídio culposo. Os últimos momentos das vítimas indicam que, após a virada do ano, todos começaram a passar mal e, pensando se tratar de intoxicação alimentar, decidiram ficar no carro com o ar-condicionado ligado para tentarem se recuperar.

Os jovens foram encontrados sem vida pela amiga que os havia ido buscar, mas percebeu a situação grave quando não conseguiu acordá-los. As vítimas apresentavam sinais característicos de asfixia, como mudanças na cor da pele e congestão facial. Os investigadores ainda estão se concentrando em determinar a responsabilidade pelas modificações no carro que resultaram nas mortes.

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