Segundo o embaixador, o país já avançou na descriminalização da homossexualidade, da transidentidade, e legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de atuar de forma adequada em casos de crimes contra a população LGBTQIA+. Além disso, Berthon ressaltou que o Brasil possui uma liderança internacional muito forte e que retomou seu engajamento na questão nos últimos anos.
Nomeado embaixador para os direitos das pessoas LGBT+ em 2022, Berthon busca promover o respeito aos direitos e à liberdade das pessoas LGBTQIA+ no âmbito da diplomacia francesa. Durante sua estadia, o embaixador se reuniu com autoridades do governo federal, parlamentares e representantes da sociedade civil, discutindo, entre outras pautas, a descriminalização da homossexualidade, uma das principais questões abordadas nos encontros.
A França está em busca de apoio do Brasil no cenário internacional, já que cerca de um terço dos países consideram a homossexualidade um crime passível de punição, inclusive com pena de morte em alguns casos. Além disso, Berthon destacou a importância da troca de experiências sobre políticas nacionais de combate ao ódio contra a população LGBTQIA+, levando em consideração que o Brasil é o país com o maior número de pessoas LGBTQIAP+ assassinadas no mundo.
Para enfrentar esses desafios, Berthon ressaltou que é importante capacitar os agentes públicos, formar professores, sensibilizá-los sobre a diversidade sexual e de gênero, além de lutar contra o ódio online nas redes sociais. A França, por sua vez, criou um fundo de mais de R$ 10 milhões para apoiar projetos de defesa dos direitos das pessoas LGBTQIA+ em embaixadas francesas em todo o mundo.
Durante as reuniões, Berthon destacou a importância da atuação internacional em conjunto com o Brasil para encorajar o movimento de descriminalização da homossexualidade e os direitos das pessoas LGBTQIA+, além de discutir iniciativas de capacitação e sensibilização, proteção de pessoas trans em situação de rua, proibição das chamadas terapias de conversão e combate aos conteúdos de ódio na internet.
Por fim, o embaixador abordou a relação das ondas políticas de direita com a questão dos direitos das pessoas LGBTQIA+, destacando a importância de se respeitar os direitos das minorias, independentemente da orientação política. Ainda não foram definidas ações específicas decorrentes das reuniões, porém, as discussões continuam e novas iniciativas em âmbito internacional estão sendo planejadas.
