Ministério das Relações Exteriores manifesta preocupação com redução de contribuições à UNRWA e risco de agravamento da crise humanitária em Gaza

Ministério das Relações Exteriores (MRE) está preocupado com a redução das contribuições financeiras à Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA). A decisão de reduzir as doações veio após denúncias de envolvimento de funcionários da ONU no conflito que começou em outubro do ano passado na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. Com a suspensão das contribuições à agência internacional por algumas nações, o Itamaraty vê risco de agravamento da crise humanitária no território palestino.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota manifestando preocupação com a situação e ressaltou que as denúncias não devem resultar em redução das contribuições à UNRWA. A pasta alerta para o risco de colapso das atividades da agência, em meio a uma grave crise humanitária em Gaza. Segundo o MRE, a ajuda humanitária prestada pela UNRWA é fundamental para a população civil palestina na região, onde mais de 1,4 milhão de pessoas dependem dos serviços da agência.

O Brasil acompanha de perto a investigação interna da ONU sobre o suposto envolvimento de funcionários da UNRWA no conflito e demonstra confiança de que as investigações chegarão a um bom termo. O governo brasileiro também reafirmou o pedido de interrupção das hostilidades na região e a imediata libertação dos reféns em poder do Hamas, organização que controla a Faixa de Gaza.

Além disso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também se manifestaram sobre a situação. Guterres relatou que a ONU agiu imediatamente após as acusações contra funcionários da UNRWA e expressou horror com as acusações. Já Tedros apelou aos doadores para que não suspendessem os financiamentos para a UNRWA, afirmando que cortar o financiamento prejudicará o povo de Gaza.

Diante da situação, o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, alertou que a suspensão do financiamento pelos países doadores já chega a US$ 440 milhões e que as atividades da entidade na região podem ser encerradas. Isso representa uma ameaça ao trabalho humanitário em curso em toda a região e, em especial, na Faixa de Gaza. A UNRWA gere abrigos para mais de 1 milhão de pessoas e fornece alimentos e cuidados de saúde primários, mesmo no auge das hostilidades.

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