O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota manifestando preocupação com a situação e ressaltou que as denúncias não devem resultar em redução das contribuições à UNRWA. A pasta alerta para o risco de colapso das atividades da agência, em meio a uma grave crise humanitária em Gaza. Segundo o MRE, a ajuda humanitária prestada pela UNRWA é fundamental para a população civil palestina na região, onde mais de 1,4 milhão de pessoas dependem dos serviços da agência.
O Brasil acompanha de perto a investigação interna da ONU sobre o suposto envolvimento de funcionários da UNRWA no conflito e demonstra confiança de que as investigações chegarão a um bom termo. O governo brasileiro também reafirmou o pedido de interrupção das hostilidades na região e a imediata libertação dos reféns em poder do Hamas, organização que controla a Faixa de Gaza.
Além disso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também se manifestaram sobre a situação. Guterres relatou que a ONU agiu imediatamente após as acusações contra funcionários da UNRWA e expressou horror com as acusações. Já Tedros apelou aos doadores para que não suspendessem os financiamentos para a UNRWA, afirmando que cortar o financiamento prejudicará o povo de Gaza.
Diante da situação, o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, alertou que a suspensão do financiamento pelos países doadores já chega a US$ 440 milhões e que as atividades da entidade na região podem ser encerradas. Isso representa uma ameaça ao trabalho humanitário em curso em toda a região e, em especial, na Faixa de Gaza. A UNRWA gere abrigos para mais de 1 milhão de pessoas e fornece alimentos e cuidados de saúde primários, mesmo no auge das hostilidades.