Brasil reconhece falhas na investigação do desaparecimento de trabalhador rural há mais de duas décadas em Itabaiana (PB)

Após mais de 20 anos do desaparecimento do trabalhador rural Almir Muniz da Silva, o Estado Brasileiro reconheceu falhas na investigação do episódio. A declaração veio durante uma audiência na Corte Interamericana de Direitos Humanos, realizada na última sexta-feira (9), na qual representantes da Advocacia-Geral da União (AGU) admitiram a “violação de direitos e garantias internacionalmente protegidos”. Além disso, houve a formalização de um pedido de desculpas aos familiares da vítima, que está disponível na íntegra no portal do governo brasileiro.

Segundo a declaração brasileira, a investigação sobre o desaparecimento de Almir Muniz foi prejudicada pela falta de recursos materiais e humanos, resultando no arquivamento do inquérito policial. O Estado também reconheceu sua responsabilidade internacional por ofensa ao artigo 5.1 do Pacto de San José, que prevê o direito ao respeito à integridade física, psíquica e moral de toda pessoa.

O documento também reconheceu a violação da integridade psíquica e moral dos familiares do trabalhador rural devido ao sofrimento causado pela ausência de uma investigação suficiente do desaparecimento. Almir Muniz era membro da Associação de Trabalhadores Rurais de Itabaiana (PB), e apesar da identificação de um suspeito pelo desaparecimento, o inquérito policial foi arquivado por insuficiência de provas.

Em uma defesa escrita à Corte em agosto do ano passado, o Estado brasileiro já tinha reconhecido sua responsabilidade internacional no caso. O documento divulgado nesta sexta-feira também reconhece a natureza jurídica do episódio, incluindo as medidas de reparação por violações dos Estados ao Direito Internacional, e manifesta publicamente o pedido de desculpas aos familiares de Almir Muniz da Silva.

O reconhecimento das falhas na investigação do desaparecimento de Almir Muniz representa um avanço na busca por justiça para a família do trabalhador rural. A declaração do Estado Brasileiro na Corte Interamericana de Direitos Humanos é um passo importante para reparar as violações dos direitos internacionais e trazer algum alívio à família, que ainda busca respostas sobre o que aconteceu com seu ente querido.

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