Mais duas pessoas são mortas pela Polícia Militar na Baixada Santista, totalizando 20 mortos em supostos confrontos desde fevereiro

A Baixada Santista, região litorânea do estado de São Paulo, tem sido palco de intensos confrontos entre a Polícia Militar e suspeitos, resultando em uma sequência de mortes desde o início de fevereiro. O caso mais recente foi registrado no último final de semana, quando dois homens foram mortos durante supostos confrontos com a PM. No total, 20 pessoas perderam a vida na região em supostos confrontos com a polícia desde o dia 2 de fevereiro, quando o policial militar Samuel Wesley Cosmo foi morto em Santos durante patrulhamento.

No domingo, policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) realizavam patrulhamento em Santos quando suspeitaram de um homem que andava de bicicleta. O homem foi baleado após um suposto confronto e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona noroeste, onde não resistiu aos ferimentos. Já no sábado, um homem que teria resistido à ordem de parada dos policiais militares foi morto em circunstâncias semelhantes. Ambos os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil.

Moradores de bairros periféricos da Baixada Santista denunciaram a prática de execuções, tortura e abordagens violentas por policiais militares contra a população local e egressos do sistema prisional. Segundo relatos coletados por uma comitiva formada pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares, a comunidade local está extremamente assustada, relatando abordagens truculentas e buscas por egressos do sistema prisional, além de relatos de torturas e execuções.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que todos os casos estão sendo apurados e destacou que, desde o início do ano, foram registradas seis mortes de policiais em todo o estado, sendo três delas na Baixada Santista. A terceira fase da Operação Verão, com reforço de policiais de batalhões de diversas regiões, da Rota e do Comando de Operações Especiais (COE), teve início no último dia 7.

A situação na Baixada Santista também chamou a atenção do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que manifestou preocupação em relação à atuação da polícia na região. Além disso, a prefeitura de São Vicente cancelou o carnaval de rua na cidade devido à falta de segurança.

A operação policial na Baixada Santista se intensificou após a morte do policial militar Patrick Bastos Reis, baleado e morto em Guarujá no ano passado. Segundo dados da SSP, a operação resultou na morte de 28 pessoas em 40 dias de duração. Para especialistas, é fundamental que haja investigações qualificadas e ações preventivas para lidar com a violência, buscando preservar a vida de todas as pessoas envolvidas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo