De acordo com nota emitida pelo Itamaraty, as medidas foram tomadas “diante da gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel”. O ministro Mauro Vieira, que se encontra no Rio de Janeiro para a reunião do G20, não detalhou o motivo específico das declarações condenadas.
Na manhã desta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suas declarações sobre operações israelenses na Faixa de Gaza, chegando a declarar Lula persona non grata no país. A declaração de “persona non grata” é um instrumento jurídico reconhecido e utilizado nas relações internacionais, através do qual um país indica que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo em seu território.
Em viagem oficial à Etiópia, o presidente Lula classificou as mortes de civis em Gaza como genocídio e criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou Lula em entrevista coletiva.
As tensões entre Brasil e Israel vêm se intensificando devido às declarações dos líderes dos dois países, o que levou o Itamaraty a tomar as medidas de convocação dos embaixadores para consulta. A situação sugere um momento delicado nas relações diplomáticas entre as nações, o que pode ter impacto não apenas nas ligações bilaterais, mas também nas políticas internacionais adotadas por cada país em relação ao Oriente Médio.