No Brasil, a pesquisa contou com a participação do programa Sesc Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc), que intermediou os contatos dos pesquisadores de Harvard com outras instituições que trabalham com bancos de alimentos. Segundo a diretora de Programas Sociais do Sesc, Janaína Cunha, uma das recomendações importantes é a adoção de políticas locais e nacionais que incentivem a doação de alimentos excedentes.
O programa Sesc Mesa Brasil já atua nessa frente, recolhendo alimentos que seriam desperdiçados e distribuindo para quem mais necessita. Janaína ressaltou a importância de aprender a aproveitar melhor os alimentos, evitando descartes desnecessários.
Outra recomendação relevante é a conscientização sobre as exclusões de responsabilidade civil para doadores de alimentos, previstas na Lei de Combate ao Desperdício. O objetivo é incentivar as empresas a contribuírem com a doação de alimentos e a disseminar essa prática.
Além disso, a pesquisa destaca que o Brasil pode adotar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa decorrentes do desperdício de alimentos. Uma das sugestões é a implementação de um sistema padrão de rotulagem de alimentos, diferenciando claramente as datas de segurança e qualidade para evitar descartes desnecessários.
O engajamento de entidades privadas, como o programa Sesc Mesa Brasil, e do governo é fundamental para a implementação dessas recomendações. Com quase metade do abastecimento alimentar do país sendo desperdiçado, é crucial agir para garantir que mais brasileiros tenham acesso a alimentos saudáveis e nutritivos.
As ações propostas pela pesquisa podem ser implementadas a baixo custo e trariam benefícios significativos para a população brasileira. É importante que as políticas de doação de alimentos sejam eficazes e contribuam para a segurança alimentar e a redução do desperdício. O Brasil tem potencial para liderar iniciativas que combatem a fome e promovem a sustentabilidade no sistema alimentar.