Programas de transferência de renda como o Bolsa Família podem reduzir significativamente o adoecimento e mortalidade por aids, aponta estudo.

Recentemente, um estudo publicado na renomada revista científica Nature Communications por pesquisadores brasileiros trouxe à tona a relevância dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, na redução do adoecimento e mortalidade por aids em países com populações extremamente vulneráveis. Ao longo do período de análise, os pesquisadores observaram um aumento nos casos de aids em pessoas que não recebiam o benefício do Bolsa Família em comparação com aquelas que eram beneficiárias.

Os resultados obtidos apontam para as condicionalidades presentes no programa, como a atenção à saúde e à educação, incluindo a vacinação de crianças e o acompanhamento pré-natal. Essas condicionalidades parecem estimular as famílias a procurarem serviços de saúde, recebendo orientações sobre prevenção e tratamento do vírus HIV e da síndrome da aids.

Ao comentar sobre os achados do estudo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ressaltou que viver em extrema pobreza é um fator de risco para diversas condições de saúde, como tuberculose, malária e aids. Segundo a Fiocruz, as condições de saúde negligenciadas exigem uma abordagem mais atenta aos determinantes sociais da saúde, incluindo as vulnerabilidades ambientais, sociais e econômicas.

A pesquisa, liderada pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), analisou um período de nove anos e quase 23 milhões de brasileiros. Os dados revelaram uma menor incidência e mortalidade por aids entre os beneficiários do Bolsa Família em comparação com os não beneficiários.

Os resultados do estudo indicaram que os beneficiários do programa tinham uma probabilidade 41% menor de desenvolver aids e uma probabilidade de mortalidade 39% menor em relação aos não beneficiários. Além disso, as taxas de letalidade também diminuíram em 25% entre os participantes do programa, representando uma redução significativa no número de óbitos entre diagnosticados com aids.

Portanto, a pesquisa evidenciou o impacto positivo dos programas de transferência de renda condicionada, como o Bolsa Família, na redução do adoecimento e mortalidade por aids em populações vulneráveis, ressaltando a importância dessas políticas públicas na promoção da saúde e bem-estar das famílias em situações de extrema vulnerabilidade.

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