O governo brasileiro expressou preocupação com a situação no Haiti e pediu à comunidade internacional que tome medidas concretas para apoiar o país. Em nota, o Itamaraty destacou o histórico compromisso do Brasil com a estabilização da nação haitiana e fez um apelo por uma missão internacional de segurança para ajudar a conter a violência.
Além disso, o Brasil instou as lideranças do Haiti a contribuírem para a realização de eleições assim que a situação de violência esteja controlada, garantindo a segurança dos eleitores e candidatos. A embaixada brasileira em Porto Príncipe está em contato com a comunidade brasileira, não havendo registros de cidadãos brasileiros afetados diretamente pelos episódios de violência.
Os confrontos entre bandos armados e as forças de segurança têm causado um aumento no número de desalojados na capital haitiana. No último sábado, duas grandes prisões foram atacadas e cerca de 3,6 mil detentos fugiram, incluindo líderes de facções criminosas.
No domingo, as ruas de Porto Príncipe permaneceram desertas, com escolas, universidades e estabelecimentos fechados, enquanto o exército e a polícia reforçavam a segurança no aeroporto, após tentativas de tomada do terminal por grupos armados. A violência levou ao cancelamento de todos os voos, em meio a rumores de que Ariel Henry estaria prestes a retornar ao país.
A escalada de violência teve início na semana passada, após a promessa do primeiro-ministro das Bahamas, Phillip Davis, de realizar eleições até 31 de agosto de 2025. Esta declaração enfureceu as facções armadas, que exigem a saída de Henry do governo. Atualmente, o primeiro-ministro interino do Haiti é o ministro da Economia, Patrick Michel Boivert, que decretou estado de emergência e toque de recolher na região oeste do país.