De acordo com as investigações, o grupo era liderado por um bombeiro militar e contava com a colaboração de servidores do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar, além de uma estudante de graduação e dois veterinários. Eles atuavam de forma sistemática na captura de animais silvestres, utilizando caçadores para capturá-los e receptadores para mantê-los em cativeiro. Posteriormente, os animais eram vendidos em redes sociais por valores que variavam entre R$ 20 mil e R$ 120 mil.
Uma das práticas fraudulentas do grupo era cadastrar os animais de maneira irregular nos sistemas nacionais de gestão da fauna silvestre (Sisfauna) e de controle da atividade de criação amadora de pássaros (Sispass), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Estima-se que o esquema tenha movimentado mais de R$ 14 milhões, com pelo menos R$ 2,4 milhões já identificados.
Espécies como araras, papagaios, cervos, iguanas, pássaros e macacos foram comercializadas ilegalmente pelo grupo, incluindo o macaco-prego-de-crista (Sapajus robustus), classificado como ameaçado de extinção. A operação conta com o apoio das corregedorias do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar na sua execução.
No combate ao tráfico de animais silvestres, a Polícia Federal reforça a importância da atuação conjunta com órgãos ambientais e de segurança pública para coibir esse tipo de crime que ameaça a biodiversidade e o equilíbrio ecológico em todo o país.