A Comissão de Relações Exteriores (CRE) realizou uma audiência nesta quarta-feira (14) para ouvir o ministro de Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira. O objetivo era obter esclarecimentos sobre a atuação do Brasil em relação aos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza, na Palestina. Durante a reunião presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), Vieira afirmou que o Brasil condenou o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, mas também criticou a resposta militar israelense em Gaza, considerando-a desproporcional.

O ministro enfatizou a importância do apoio humanitário e do respeito ao direito internacional em cenários de conflito, destacando a participação do Brasil em iniciativas de ajuda à população afetada pelas tensões. Além disso, Vieira mencionou a postura do Brasil perante a denúncia de genocídio feita pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça, indicando a preocupação do país com questões humanitárias e de direitos humanos.

Abordagem em relação à crise na Faixa de Gaza

Mauro Vieira ressaltou a importância de condenar atos terroristas, mas também defendeu que as ações de defesa devem respeitar as normas internacionais. Ele destacou o impacto humanitário das operações militares e a necessidade de um cessar-fogo para evitar mais vítimas civis.

Ações do Ministério de Relações Exteriores

Além dos debates sobre conflitos internacionais, o ministro abordou outras atividades do Itamaraty, como o retorno do Brasil à Celac, o avanço nas negociações do Mercosul com a União Europeia e a visita prevista do presidente Xi Jinping, da China. Ele enfatizou as prioridades do Brasil na presidência do G20, destacando temas como inclusão social, transição energética e reforma das instituições globais de governança.

Desafios e Perspectivas na Política Externa Brasileira

Durante a audiência, senadores levantaram questionamentos sobre a postura do Brasil em relação a outros conflitos e regimes autoritários, evidenciando a complexidade das relações internacionais. O ministro reiterou a importância da diplomacia e da neutralidade em assuntos internos de outros países, reafirmando o compromisso do Brasil com a paz e com a defesa dos direitos humanos em seu papel no cenário global.