Durante o depoimento, Freire Gomes relatou que Bolsonaro apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO, estado de defesa e estado de sítio em relação ao processo eleitoral, após o segundo turno das eleições. O ex-comandante deixou claro que o Exército não participaria de medidas para reverter o processo eleitoral.
O depoimento de Freire Gomes foi essencial para o inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado promovida por Bolsonaro e seus aliados. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo do depoimento, que coincide com o relato do ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior.
Baptista Jr. também se manifestou contra qualquer tipo de golpe e afirmou que apenas o então comandante da Marinha, Almir Garnier, colocou as tropas à disposição de Bolsonaro. Freire Gomes confirmou a autenticidade da minuta de golpe apreendida na casa do ex-ministro Anderson Torres e explicou que sempre posicionou o Exército contra tais medidas.
A ameaça de Freire Gomes de prender Bolsonaro, caso ele persistisse com os planos de golpe de Estado, foi destacada no depoimento do ex-comandante da Aeronáutica. A transcrição do depoimento revela a resistência dos chefes militares em participar de ações antidemocráticas e o alerta de possíveis consequências legais para o ex-presidente.
Essas revelações trazem à tona um cenário alarmante de instabilidade política e a importância da atuação independente das instituições para preservar a democracia no Brasil. O papel das Forças Armadas, representadas pelos ex-comandantes que se opuseram ao golpe, mostra o compromisso com a Constituição e a ordem democrática do país.