Silêncio no Inquérito: Militares e Civis se Recusam a Depor em Investigação sobre Tentativa de Golpe de Estado em 2022

No decorrer das investigações realizadas pela Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado e subversão das eleições presidenciais de 2022, foi constatado que 14 das 27 pessoas convocadas para prestar depoimento optaram por permanecer em silêncio. Tal atitude foi justificada com base no direito constitucional de não produzir provas contra si mesmas ou alegando falta de acesso a todos os elementos de prova.

Segundo as informações obtidas pela PF e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos os que se recusaram a falar faziam parte de núcleos de pessoas envolvidas no esquema golpista, sendo a maioria militares. Entre os que se mantiveram em silêncio estão Jair Bolsonaro, ex-presidente, e Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa derrotada nas eleições de 2022.

Dentre os depoentes que preferiram não se manifestar estão militares de alta patente, como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, e o ex-ministro da Defesa e general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Este último foi mencionado em conversas com o hacker Walter Delgatti, mas optou por manter silêncio diante das autoridades.

Além dos militares, também foram convocados civis para depor, como o advogado Amauri Feres Saad e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva. Ambos se recusaram a falar no interrogatório, invocando a Constituição Federal como justificativa.

Os depoimentos e a recusa de falar por parte dos investigados revelaram a existência de um pacto de silêncio entre os envolvidos no esquema golpista, evidenciando a complexidade e gravidade das acusações. Estas informações são fundamentais para o andamento das investigações e para a garantia do devido processo legal no combate a atos que ameacem a democracia e a estabilidade institucional do país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo