Previsão fiscal para 2024 é ajustada pelo governo, passando de superávit para déficit de R$ 9,3 bilhões, impactando OrçamentoFederal.



Resultado fiscal de 2024: governo revisa previsão e anuncia bloqueio no Orçamento

22/03/2024 – 15:19  

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos

O governo divulgou nesta sexta-feira que a previsão para o resultado fiscal de 2024 saiu de um superávit de R$ 9,1
bilhões para um déficit de R$ 9,3 bilhões. O resultado é a diferença entre receitas e despesas. Em relação ao
Produto Interno Bruto (PIB) do
País, os dois valores são próximos de zero.

Para manter o limite de despesas para o ano, de R$ 2,1 trilhões; foi divulgado um bloqueio de R$ 2,9 bilhões no
Orçamento, bloqueio que será detalhado por órgão na semana que vem.

Nesta primeira avaliação bimestral das contas públicas, o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, lembrou
que a meta fiscal para o ano admite um superávit ou um déficit de R$ 28,8 bilhões. “Dentro do intervalo de
tolerância, se houver déficit não há uma implicação prática. Não há a necessidade de limitação de empenho ou de
contingenciamento. Essa necessidade só surge a partir desse limite. Se o déficit ultrapassar essa barreira dos R$
28,8 bilhões”.

Segundo o secretário, houve um aumento na projeção das despesas para o ano de R$ 1,6 bilhão e uma redução das
receitas de R$ 16,8 bilhões. De qualquer forma, o governo até aumentou um pouco a sua estimativa de arrecadação
tributária com as medidas anunciadas no ano passado para fechar brechas fiscais. Este total passou de R$ 167,6
bilhões para R$ 168,3 bilhões.

Paulo Bijos lembrou que o governo reviu alguns parâmetros macroeconômicos que influenciam as receitas e despesas
como o crescimento econômico, que passou de 2,19% na Lei Orçamentária para 2,22% agora. “Em 2024, nós já
podemos observar um movimento semelhante ao ocorrido em 2023, quando as projeções de mercado paulatinamente
foram se aproximando das projeções oficiais”.

O secretário explicou que as despesas que não são obrigatórias no Orçamento somam R$ 204,4 bilhões. O corte
anunciado corresponde, portanto, a 1,42% deste total. Mas a despesa que pode ser bloqueada é bem menor, apenas
R$ 77 bilhões. Isso porque emendas parlamentares impositivas e gastos mínimos com saúde e educação não estão
sujeitos a bloqueio.

Já no caso do contingenciamento para obtenção da meta fiscal, o total que pode ser revisto sobe para R$ 202,4
bilhões.

Para Paulo Bijos, a situação fiscal é boa porque a arrecadação de impostos vem subindo e as despesas estão em
18,9% do PIB, quando a média, desde 2015, é de 19,1%; sem considerar o ano mais crítico da pandemia, 2020.

Pelas novas regras fiscais, em maio, na próxima avaliação bimestral, haverá uma “janela” para abrir um crédito
orçamentário de R$ 15 bilhões. Segundo Bijos, isso pode ocorrer caso a receita de tributos mantenha o ritmo de
alta e a previsão de déficit não ultrapasse R$ 13 bilhões. Neste caso, o bloqueio de despesas poderá ser
cancelado.

O secretário ainda informou que, apesar de a previsão de despesas com benefícios previdenciários ter subido R$ 5,6
bilhões para 2024, o governo vem fazendo um trabalho de otimização de processos no INSS que deve gerar uma
economia de R$ 9 bilhões.

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Geórgia Moraes

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