Deputado Chiquinho Brazão diz ter “ótima relação” com Marielle Franco em manifestação online durante reunião da CCJ.

O deputado federal Chiquinho Brazão, que foi detido no último domingo (24) sob a acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, se manifestou nesta terça-feira (26) durante uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Brazão afirmou que mantinha uma “ótima relação” com a vereadora, apesar de ter tido uma “simples discordância de pontos de vista” em relação a um projeto de lei sobre condomínios irregulares no Rio de Janeiro.

Durante a manifestação online, o parlamentar, que está preso em Brasília, pediu aos deputados que revissem a decisão sobre sua prisão, destacando que ele e Marielle estavam do mesmo lado em muitas lutas. No entanto, o relatório da Polícia Federal aponta a divergência em relação ao Projeto de Lei 174/2016 como motivação para o assassinato, o que foi mencionado pelo relator do caso na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), que defendeu a manutenção da prisão do deputado.

O advogado de Chiquinho Brazão, Cleber Lopes de Oliveira, solicitou a revogação da prisão alegando que a detenção do parlamentar foi ilegal, uma vez que não houve flagrante e o crime não é inafiançável. Além disso, Oliveira argumentou que o STF não teria competência para decretar a prisão do deputado, pois o crime ocorreu antes de Brazão assumir o mandato em 2019.

Durante a reunião da CCJ, os deputados Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista para analisar se a prisão preventiva foi legal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou que todas as informações sobre o inquérito da Polícia Federal serão disponibilizadas aos parlamentares e líderes da Casa para que possam se posicionar com clareza.

O prazo para retomar a análise na CCJ após o pedido de vista é de duas sessões da Câmara. Lira enfatizou que o pedido de vista não prejudica o processo e a investigação, porém ressaltou que o tempo decorrido é desfavorável para o réu, que permanecerá preso até que o plenário da Câmara se posicione em votação aberta.

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