As revelações feitas pela PF causaram surpresa até mesmo entre os familiares de Marielle, que confiaram em Rivaldo no início das investigações. O delegado foi acusado de participar de uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, além de obstruir os trabalhos policiais para proteger contraventores, incluindo milicianos e bicheiros.
A indicação de Rivaldo para o cargo na Polícia Civil foi feita pelo general de Exército Richard Nunes, ignorando um parecer do setor de inteligência que alertava sobre as conexões suspeitas do delegado com criminosos locais. A nomeação foi assinada pelo então interventor do governo federal no estado, general Walter Braga Netto.
O inquérito da PF aponta que o esquema criminoso envolvendo a Delegacia de Homicídios incluiu a tentativa de associar um adversário político dos verdadeiros mandantes do crime, Marcelo Siciliano, bem como a fabricação de suspeitas falsas contra o miliciano Orlando Curicica. Rivaldo teria recebido vantagens indevidas para obstruir investigações e lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas.
Diante dessas graves acusações, Rivaldo Barbosa, juntamente com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime, foram presos preventivamente. O inquérito também revela a relação comprometedora de Rivaldo com o procurador-Geral de Justiça do RJ, José Eduardo Gussem, que teria recebido vantagens para arquivar investigações contra ele.
Essa investigação da PF expôs a corrupção e a conivência de autoridades com crimes violentos no Rio de Janeiro, demonstrando a necessidade de um combate efetivo contra a impunidade institucionalizada. A sociedade espera que a Justiça seja feita e que os responsáveis por esses atos criminosos sejam devidamente punidos.