Ministro da Fazenda lança o Programa Juros por Educação em pacto para reduzir dívida dos estados com a União

Na última terça-feira (26), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o Programa Juros por Educação, um pacto que visa reduzir os juros da dívida dos estados com a União em troca do aumento no número de vagas para alunos no ensino médio técnico nas redes estaduais de educação. Em uma reunião com governadores de quatro dos principais estados devedores – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais – o ministro detalhou a proposta, que busca atingir um valor acumulado de dívida de R$ 740 bilhões, dos quais os quatro estados citados são responsáveis por R$ 660 bilhões, correspondendo a 90% do total.

O objetivo do programa é impulsionar a formação profissional dos jovens no ensino médio, com a expectativa de melhorar a empregabilidade e a renda desses jovens, além de contribuir para o crescimento econômico estruturalmente maior do país e para a melhoria das finanças públicas estaduais.

A proposta prevê a ampliação do número de alunos matriculados no ensino médio técnico, com a intenção de igualar o Brasil a nações desenvolvidas nesse aspecto. A meta é alcançar a média de matrículas em países da OCDE, que é de 37% de jovens de 15 a 19 anos cursando o ensino médio vinculado à educação profissional. Para atingir essa marca, é necessário matricular mais de 1,6 milhão de jovens nessa modalidade, o dobro do atual.

Os estados que aderirem ao Programa Juros por Educação terão acesso a uma redução temporária das taxas de juros de suas dívidas com a União, com a expectativa de ter mais de 3 milhões de alunos matriculados no ensino médio técnico até 2030. A redução permanente na taxa de juros estará condicionada ao cumprimento das metas de expansão de matrículas.

Além disso, o programa também oferece a possibilidade de redução adicional da taxa de juros em troca de amortizações extraordinárias no saldo devedor, podendo chegar a uma taxa de juros real de 1% ao ano.

Diante do endividamento dos estados com a União, diversas questões relacionadas à recuperação fiscal têm sido discutidas recentemente. A adesão de estados como Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal tem permitido a renegociação de dívidas e a elaboração de planos de ajuste de gastos.

No entanto, Minas Gerais é o único estado devedor que ainda não aderiu ao RRF, apesar de ter obtido uma liminar que permite negociar um plano de ajuste com a União sem a necessidade de reformar a Constituição estadual. O governo mineiro ainda está em processo de elaboração de uma proposta oficial de ingresso no programa.

Em meio a essas discussões, a proposta do Programa Juros por Educação surge como uma alternativa inovadora para combater o endividamento dos estados com a União ao mesmo tempo em que promove a formação profissional dos jovens, buscando um desenvolvimento econômico mais equilibrado e sustentável para o país. Com a adesão e efetiva implementação desse programa, espera-se um impacto positivo não apenas na economia, mas também na educação e na qualidade de vida da população brasileira.

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