Senador defende investigação sobre hospedagem de Bolsonaro na embaixada da Hungria em Brasília, levantando suspeitas de refúgio político.







Investigação sobre hospedagem de Bolsonaro na Embaixada da Hungria

O primeiro-secretário do Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), fez declarações polêmicas durante entrevista à TV Senado nesta terça-feira (26), ao solicitar que a Casa inicie uma investigação sobre a hospedagem do ex-presidente Jair Bolsonaro na sede da Embaixada da Hungria, em Brasília. Segundo o senador, a estadia de Bolsonaro na embaixada “levanta muita suspeição” e precisa ser devidamente apurada.

Em nota divulgada à imprensa na segunda-feira (25), a defesa de Bolsonaro confirmou a estadia do ex-presidente na embaixada, alegando que ele foi convidado para permanecer por dois dias no local com o objetivo de “manter contatos com autoridades do país amigo”. A defesa de Bolsonaro também refutou outras interpretações da visita, as quais classificou como uma “obra ficcional evidente”.

O fato de Bolsonaro estar hospedado em uma embaixada, considerada território inviolável pela Convenção de Viena de 1961, despertou grande interesse principalmente diante dos inquéritos em curso na Polícia Federal envolvendo o ex-presidente. O abrigo dentro da embaixada impede que autoridades brasileiras o prendam sem o consentimento do governo da Hungria.

Rogério Carvalho ressaltou a necessidade de investigar a relação entre Bolsonaro e a embaixada, levantando a possibilidade de um abrigo ou asilo diplomático em função de possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente. O senador afirmou que o Senado deve aprofundar as suspeitas e apurar a situação.

Como parte de suas atribuições de fiscalização, os senadores têm a prerrogativa de convocar o embaixador húngaro, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre a hospedagem de Bolsonaro na embaixada.

A notícia da estadia de Bolsonaro na embaixada veio à tona através do jornal norte-americano The New York Times, que teve acesso a imagens de câmeras de segurança registrando a chegada e permanência do ex-presidente no local entre os dias 12 e 14 de fevereiro.

O contexto da visita de Bolsonaro à embaixada ocorreu após a Polícia Federal deflagrar a operação Tempus Veritatis, com o objetivo de investigar uma suposta organização criminosa envolvida em um golpe de Estado e no desrespeito ao Estado democrático de direito após as eleições de 2022. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, mirou aliados próximos de Bolsonaro, como militares, ex-assessores e ex-ministros.

Rogério Carvalho acredita que as investigações em andamento tanto na Polícia Federal quanto na CPI do 8 de Janeiro apontarão Bolsonaro como o “mentor de uma tentativa de golpe no Brasil” após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Para o senador, a defesa da democracia e punição dos que atentam contra o Estado democrático de direito são fundamentais para fortalecer as instituições do país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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