STF registra seis votos contra interpretação de “poder moderador” das Forças Armadas no país Mídia Brasileira: O que os ministros decidiram?

O Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu nesta segunda-feira (1º) uma decisão significativa em relação ao Artigo 142 da Constituição, que versa sobre o papel das Forças Armadas no Brasil. Seis ministros emitiram votos contrários à interpretação de que as Forças Armadas possam exercer um suposto “poder moderador” no país. Essa decisão foi tomada após ação protocolada pelo PDT em 2020, que questionava a possibilidade de as Forças Armadas interferirem no funcionamento das instituições democráticas.

O julgamento foi conduzido de forma virtual e os ministros formaram um entendimento definitivo sobre a questão. O relator do caso, ministro Luiz Fux, havia concedido uma liminar em junho de 2020, afirmando que o Artigo 142 não autoriza a intervenção das Forças Armadas nos Três Poderes. De acordo com esse dispositivo constitucional, as Forças Armadas estão subordinadas ao presidente da República e têm como finalidade principal a defesa da pátria e a garantia dos poderes constitucionais.

É importante ressaltar que a suposta tese do “poder moderador” foi utilizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para justificar potenciais medidas contra os demais poderes durante seu mandato. No entanto, o voto de Fux prevaleceu, enfatizando que o poder das Forças Armadas é limitado e não deve permitir interferências nos Três Poderes.

Além de Fux, outros ministros, como Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes, também se posicionaram de acordo com essa interpretação. No entanto, ainda faltam os votos de cinco ministros para que a decisão seja definitiva.

Durante seu voto, o ministro Dino ressaltou que não existe um “poder militar” no Brasil e que as Forças Armadas estão subordinadas aos poderes civis, conforme estabelecido pela Constituição.

O julgamento segue em andamento no plenário virtual do STF, com previsão de encerramento em 8 de abril. Essa decisão representa um marco na defesa da democracia e na delimitação clara dos papéis das Forças Armadas no país, reafirmando a importância da separação de poderes e da manutenção do Estado democrático de direito.

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