Superávit da balança comercial cai em março devido à queda de preços da soja e do petróleo e ao feriado de Semana Santa

Em março, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 7,482 bilhões, resultado que representa uma queda de 30,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, mesmo com essa redução, o saldo positivo foi o terceiro melhor para meses de março, perdendo apenas para os recordes de março de 2022 e 2023.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a queda nos preços da soja e do petróleo, aliada ao feriado da Semana Santa, foram os principais fatores que contribuíram para a diminuição do superávit. As exportações totalizaram US$ 27,98 bilhões, uma queda de 14,8% em relação a março de 2023, enquanto as importações somaram US$ 20,498 bilhões, representando uma redução de 7,1%.

No setor agropecuário, a diminuição de preços impactou negativamente as exportações. O volume de mercadorias embarcadas sofreu queda de 1,5%, com o preço médio caindo 19,2%. Já na indústria de transformação, a quantidade exportada diminuiu 20,8%, com os preços médios recuando 3,5%.

Observou-se que produtos como soja, milho não moído e arroz foram os mais afetados pela queda nas exportações agropecuárias. Na indústria extrativa, óleos brutos de petróleo, minérios de cobre e outros minerais brutos tiveram as maiores quedas.

Ainda em março, as importações registraram recuos significativos em produtos como trigo, café não torrado e cacau bruto ou torrado. No entanto, as compras do exterior de fertilizantes também tiveram redução, em parte influenciadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Diante da desvalorização das commodities, o governo revisou para baixo a projeção de superávit comercial para 2024, que agora é de US$ 73,5 bilhões. As exportações devem cair 2,1%, enquanto as importações devem aumentar 7,6%, refletindo um cenário de preços internacionais menos voláteis.

Essas projeções são mais pessimistas que as do mercado financeiro, que aponta um superávit de US$ 82 bilhões para este ano, de acordo com o boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Cabe aguardar as próximas movimentações do comércio internacional para avaliar o impacto dessas previsões no cenário econômico brasileiro.

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