O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, havia concedido um prazo de cinco dias para que a procuradoria se manifestasse sobre as explicações fornecidas por Bolsonaro em relação ao episódio. O ex-presidente ficou hospedado na embaixada entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano, conforme reportagem do jornal The New York Times.
A controvérsia teve início no dia 8 de fevereiro, quando Bolsonaro teve seu passaporte apreendido por determinação de Moraes durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga possíveis tentativas de golpe de Estado no país após as eleições de 2022. Segundo as normas internacionais, a área da embaixada é considerada inviolável pelas autoridades brasileiras, conferindo imunidade a Bolsonaro contra um eventual cumprimento de mandado de prisão.
A defesa do ex-presidente argumentou que seria “ilógico” considerar a possibilidade de ele pedir asilo político na embaixada, afirmando que Bolsonaro não estava preocupado com a possibilidade de detenção. Bolsonaro mantém uma relação próxima com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, sendo recebido por ele em diversas ocasiões e trocando elogios públicos.
A imprensa internacional analisou imagens das câmeras de segurança da embaixada e de satélite, confirmando a presença de Bolsonaro no local durante o feriado de carnaval. Diplomatas húngaros que residem na embaixada estavam de férias, tornando o local praticamente vazio durante a estadia do ex-presidente. As imagens demonstram que os funcionários brasileiros foram orientados a permanecer em casa após a saída de Bolsonaro no dia 14 de fevereiro.