PGR envia manifestação ao STF sobre estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria em Brasília no mês passado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da polêmica estadia do ex-presidente Jair Bolsonaro na Embaixada da Hungria, em Brasília, no último mês. Segundo informações da PGR, o documento foi enviado na noite de quinta-feira (4) e encontra-se sob segredo de Justiça, não sendo divulgado publicamente.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, havia concedido um prazo de cinco dias para que a procuradoria se manifestasse sobre as explicações fornecidas por Bolsonaro em relação ao episódio. O ex-presidente ficou hospedado na embaixada entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano, conforme reportagem do jornal The New York Times.

A controvérsia teve início no dia 8 de fevereiro, quando Bolsonaro teve seu passaporte apreendido por determinação de Moraes durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga possíveis tentativas de golpe de Estado no país após as eleições de 2022. Segundo as normas internacionais, a área da embaixada é considerada inviolável pelas autoridades brasileiras, conferindo imunidade a Bolsonaro contra um eventual cumprimento de mandado de prisão.

A defesa do ex-presidente argumentou que seria “ilógico” considerar a possibilidade de ele pedir asilo político na embaixada, afirmando que Bolsonaro não estava preocupado com a possibilidade de detenção. Bolsonaro mantém uma relação próxima com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, sendo recebido por ele em diversas ocasiões e trocando elogios públicos.

A imprensa internacional analisou imagens das câmeras de segurança da embaixada e de satélite, confirmando a presença de Bolsonaro no local durante o feriado de carnaval. Diplomatas húngaros que residem na embaixada estavam de férias, tornando o local praticamente vazio durante a estadia do ex-presidente. As imagens demonstram que os funcionários brasileiros foram orientados a permanecer em casa após a saída de Bolsonaro no dia 14 de fevereiro.

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