A principal hipótese é que as vítimas tenham vindo da África em direção às Ilhas Canárias, na Espanha, uma rota migratória comum para entrada no continente europeu. A PF acredita que o barco tenha saído da Mauritânia, na África, e acabado pegando uma corrente marítima com destino ao Brasil, onde a embarcação foi encontrada.
Os corpos serão temporariamente sepultados em Belém, capital paraense, até que suas identidades sejam estabelecidas e as famílias possam ser comunicadas. O órgão ressaltou que a migração de pessoas dos países africanos é uma questão humanitária complexa e que não há dados estruturados para estimar o prazo de identificação.
Além dos exames de radiologia e odontologia legal, a polícia realizou exames de DNA e de isótopos estáveis, entre outros procedimentos, seguindo o padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol. Os dados colhidos foram enviados para Brasília, para serem analisados pelo Instituto Nacional de Criminalística e Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal.
A investigação incluiu também a análise da embarcação e dos pertences encontrados a bordo, como capas de chuva, telefones celulares e outros objetos. Os aparelhos celulares foram encaminhados para exames periciais no instituto nacional de criminalística, com o objetivo de extrair possíveis informações que possam ajudar na identificação dos ocupantes da embarcação.
A Polícia Federal destacou que está em contato com organismos internacionais e utilizando a cooperação internacional para solucionar o caso e identificar as vítimas o mais rápido possível. A investigação continua em andamento para esclarecer os detalhes dessa trágica descoberta.