Bioma Pampa: o menos protegido do Brasil e os desafios para a conservação e restauração de sua biodiversidade

Em um evento promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, foi revelado que o bioma Pampa, o menor do Brasil e presente apenas em parte do Rio Grande do Sul, é o menos protegido pelas unidades de conservação no país. Com apenas 49 unidades de conservação cobrindo 3,03% de sua extensão total de 17,6 milhões de hectares, o Pampa está muito aquém das metas estabelecidas internacionalmente.

O secretário-executivo do ministério, João Paulo Capobianco, destacou durante o seminário a importância de cumprir as metas estabelecidas na 10ª Conferência das Partes das Nações Unidas, que previam a proteção de 17% da área continental e 10% do território marinho. No entanto, o bioma Pampa não alcançou esses objetivos até o prazo estipulado. As metas foram renovadas durante a 15ª Conferência das Partes, ampliando a proteção para 30% até 2030.

Atualmente, apenas 122 mil hectares do Pampa são protegidos como áreas de conservação integral, enquanto 416 mil hectares estão em áreas de conservação de uso sustentável. O governo federal possui planos de criação de seis novas unidades de conservação no bioma, o que aumentaria a proteção para 5,5%, ainda distante da meta de 30%.

Capobianco ressaltou a importância de combater a degradação e implementar ações técnicas, científicas e políticas para promover a conservação e restauração das áreas de grande importância biológica do Pampa. Ele destacou a necessidade de fortalecer uma pecuária ecologicamente sustentável no bioma e evitar a expansão de plantios agrícolas que possam comprometer a biodiversidade local.

O seminário marca o início do processo de elaboração de um plano de enfrentamento da supressão da vegetação nativa no bioma Pampa. Após a consulta pública, o governo federal pretende lançar planos específicos para cada bioma, com avaliações anuais para garantir a eficiência das políticas públicas. Capobianco enfatizou que a proteção do Pampa é essencial para preservar a diversidade biológica única do Brasil.

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