Conselho de Ética instaura processo disciplinar contra deputado Glauber Braga por agressão a militante na Câmara dos Deputados.



Deputado Glauber Braga é alvo de processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados

24/04/2024 – 15:53

Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O deputado Glauber Braga disse que agiu com proporcionalidade

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados
instaurou nesta quarta-feira (24) processo disciplinar contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Na Representação
5/24, o partido Novo acusa Glauber Braga de expulsar e agredir fisicamente o militante do Movimento Brasil Livre
Gabriel Costenaro, na semana passada, nas dependências da Câmara dos Deputados.

O deputado do Psol pediu um julgamento justo. “Não me orgulho daquilo que fiz, mas não me arrependo. A minha ação
é da proporcionalidade. De acordo com o que determina a legislação brasileira, eu vou reagir à injusta agressão”,
defendeu-se.

Glauber Braga afirmou que Costenaro havia ameaçado agredir sua mãe. “O marginal foi denunciado e responde por
violência contra mulheres. Ontem foi para a internet mais uma vez xingar a mim e a minha mãe”, relatou. “Não
vou me dobrar à milícia fascista apoiada por deputados federais nesta Casa.”

Relator
O relator do processo contra Glauber Braga será escolhido a partir de lista
tríplice sorteada na reunião, integrada pelos deputados Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Rosângela Reis (PL-MG) e
Sydney Leite (PSD-AM).

Nesta legislatura, Glauber Braga teve outros dois processos por quebra de decoro parlamentar (Representações 17/23 e 1/24), ambos a pedido
do PL. O Conselho de Ética já arquivou o primeiro processo, no qual Braga fora acusado de ofender o deputado
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em reunião da Comissão de Relações Exteriores, em maio do ano passado. No segundo
processo, Braga foi acusado de agredir fisicamente o deputado Abilio Brunini (PL-MT) durante reunião da Comissão
de Direitos Humanos, em novembro.

Por causa dos outros processos, Glauber Braga havia pedido a exclusão de deputados do PL do sorteio da relatoria.
“Caso seja sorteado um parlamentar do PL, vamos formalizar as razões regimentais e jurídicas para que não venha
a ser escolhido como relator”, afirmou.

O presidente do Conselho de Ética, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), afirmou que não há impedimento legal
ou regimental de deputados do PL participarem do sorteio.

Jandira Feghali
Na mesma reunião, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) apresentou parecer
preliminar em que recomenda o arquivamento de processo contra a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Ela é
acusada de xingar o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) de “moleque” durante reunião da CPMI dos Atos do 8 de
Janeiro. A votação do parecer foi adiada por pedido de vista do deputado Alexandre Leite (União-SP).

Jandira Feghali declarou que sempre respeitou o debate aberto durante seus oito mandatos de deputada. “Em
determinados momentos, o argumento não existe. Existe a desqualificação, a inverdade, a falsidade, a tentativa
de espetacularizar o ambiente sério do Parlamento”, afirmou. “Não era um debate simples. Estavam em questão
valores democráticos, o respeito às instituições brasileiras.”

A deputada também afirma que suas falas ganharam outra interpretação por ser mulher. “Para as mulheres, qualquer
firmeza no debate é descontrole. É histeria, é mal-amada, de mal com a vida. Não havia descontrole, havia um
debate político”, argumentou. Ela lamentou que o presidente da CPMI não lhe tenha dado direito de resposta a
acusações feitas por Nicolas Ferreira durante reunião da comissão.

Reportagem – Francisco Brandão
Edição – Rachel Librelon

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