Centenário de Lenin é homenageado na Rússia
No último domingo, a Rússia celebrou os 100 anos da morte do revolucionário Vladimir Ilitch Lenin, responsável por fundar a União Soviética. As homenagens organizadas pelo Partido Comunista da Federação Russa ocorreram na capital Moscou e contaram com a presença de militantes de esquerda, que visitaram o mausoléu de Lenin na Praça Vermelha.
Apesar das polêmicas em torno de sua figura, mais da metade dos russos mantêm uma visão positiva de Lenin e aceitam mantê-lo embalsamado no local. Mesmo diante das baixas temperaturas, membros da juventude do partido se reuniram na Praça Vermelha, entoando o tradicional slogan: “Lenin é o Partido!”. O líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, prestou homenagens no mausoléu e na necrópole da Muralha do Kremlin, onde estão enterrados outros líderes políticos e personalidades soviéticos.
Líder do Partido Comunista da Rússia, Gennady Zyuganov (quarto a partir da direita), se dirige ao Mausoléu de Lenin para prestar homenagens, 21 de janeiro, Moscou, Rússia.
Juventude do Partido Comunista russo entra na Praça Vermelha rumo ao Mausoléu do Lenin para prestar homenagens, 21 de janeiro de 2024, Moscou, Rússia.
Além das homenagens em Moscou, a cidade natal de Lenin, Ulianovsk, celebrou o centenário com a abertura da exposição “Lenin, o nascimento de uma imagem”, que apresentou jornais, revistas e livros com a temática leninista, incluindo novos documentos coletados por museus russos. O deputado e representante do Partido Comunista Yuri Afonin destacou a relevância de Lenin no século 20 e criticou os ataques a sua imagem em países como Ucrânia e Balticos.
Apesar das homenagens, a figura de Lenin enfrenta uma reinterpretação na Rússia moderna. O presidente Vladimir Putin critica as políticas bolcheviques, argumentando que as decisões de Lenin contribuíram para os atuais conflitos na região. Em seu discurso, ele apontou a criação do Estado ucraniano como um dos legados problemáticos do líder bolchevique.
