A adesão de jogadores mais velhos a reuniões de ajuda evidencia a diversidade de perfis no combate à ludopatia.






Encontro virtual para jogadores compulsivos atrai participantes de todas as idades

Jogadores com mais idade (em relação à média registrada) também são atraídos.

Durante a época da pandemia, como não tinha nada para fazer, eu jogava online. Antes eu jogava fisicamente. O que eu perdia, mil reais durante a semana, multiplicou. Perdi 10 mil, 15 mil, 20 mil numa semana, sempre tentando recuperar e perdendo mais. Perdi loja, perdi carro, muito dinheiro… Mais de R$ 40 mil ou R$ 50 mil.
W., 40 anos

Para a irmandade, cada história é única. Na reunião do J.A. — que durou duas horas e meia, numa noite de terça-feira — códigos e formalidades são importantes para lembrar a particularidade de cada caso. Uma breve apresentação, uma oração da serenidade e instruções de como se posicionar marcaram o encontro: “O segredo está sempre na próxima reunião”.

Perdi todos os meus amigos. Até minha namorada se afastou de mim, devido ao descontrole. Depois que decidi entrar para o J.A., nossa relação melhorou. Hoje o meu dinheiro fica com ela.
L., 28 anos

No encontro, jovens com menos de 30 anos foram os que relataram maior dificuldade e vergonha em pedir ajuda. Com agradecimentos a padrinhos e madrinhas —pessoas próximas que incentivam mais pessoas a procurar auxílio—, os participantes se sentem acolhidos na roda virtual. Nesse ambiente não há julgamento. Todo mundo ali já enfrentou problemas por conta de apostas.

Trabalho com confeitaria, e todo o dinheiro que tinha acabava gastando. Quando não tinha mais, ia para os cartões de crédito, estourei todos. Aí ia atrás de dinheiro emprestado. Devo até hoje. E como eu ia contar isso para alguém? E a vergonha?
H., 24 anos



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