A greve automotiva pode impactar a economia dos EUA e interferir na corrida presidencial

A greve pode prejudicar a economia?

Sim, se for longa e especialmente no Centro-Oeste dos EUA, onde se concentra a maioria das fábricas de automóveis. O setor automotivo é responsável por cerca de 3% do PIB norte-americano, e as montadoras de Detroit representam cerca de metade do mercado total de automóveis do país.

Há, também, os reflexos indiretos. Durante as paralisações, os trabalhadores receberão cerca de 500 dólares por semana de greve, muito menos do que ganham quando estão trabalhando. Como resultado, milhões de dólares em salários serão retirados da economia.

E claro, haveria também prejuízos para as montadoras. Por exemplo, durante uma greve de 40 dias do UAW em 2019, a GM perdeu 3,6 bilhões de dólares.

Como a greve afeta a corrida à Casa Branca

A greve do UAW testa, também, a afirmação de Biden de que ele é o presidente mais pró-sindicato da história dos EUA. Para tentar reforçar essa imagem, o democrata anunciou, nesta sexta-feira, que irá a Michigan.

“Terça-feira, irei a Michigan para me juntar à área de piquete e me solidarizar com os homens e mulheres do UAW enquanto eles lutam por uma parte justa do valor que ajudaram a criar”, escreveu em um post no X, a plataforma de mídia social anteriormente conhecida como Twitter.

“É hora de um acordo vantajoso para todos que mantenha a indústria automobilística norte-americana prosperando com empregos bem remunerados”, acrescentou Biden, que busca a reeleição em 2024.

Seu mais provável concorrente na corrida à Casa Branca, Donald Trump já havia dito que visitaria Michigan na quarta-feira para ressaltar o apoio ao direito dos trabalhadores sindicalizados.

Por isso, a viagem de Biden marcada para um dia antes da visita de Trump foi vista por muitos como uma afronta.

Um porta-voz da campanha de Trump chegou a dizer que se tratava de “uma foto barata oportunista”.


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