A iminente vitória de Arévalo traz esperança para ativistas indígenas exiladas na Guatemala, buscando um futuro mais promissor.

Edgar Gutiérrez, renomado jornalista, iniciou sua carreira como repórter para a região centro-americana em boletins especializados. Em seguida, trabalhou ao lado da antropóloga Myrna Mack em Avancso, um centro de pesquisas sociais. No entanto, a tragédia ocorreu quando sua colega foi assassinada, levando-o a fazer parte da equipe liderada pelo arcebispo Juan José Gerardi, na Oficina de Direitos Humanos do Arcebispado. Foi nesse período que ele ajudou a redigir o informe “Guatemala Nunca Mais”, que discutia os 37 anos de guerra no país.

Posteriormente, Gutiérrez ocupou os cargos de secretário de Análise Estratégica e chanceler durante a presidência de Alfonso Portillo, entre 2000 e 2004. Durante esse período, ele propôs um desenho do que mais tarde se tornaria o Comitê contra a Impunidade (CICIG). Além disso, ele trabalhou como colunista no El Periódico por 27 anos, até que o jornal foi fechado no ano passado, após seu diretor, José Zamora, ser preso por uma montagem política do governo.

Gutiérrez, juntamente com outros jovens, começou a questionar as investigações oficiais relacionadas ao assassinato de monsenhor Gerardi em 1998. Eles não acreditavam na teoria oficial de que se tratava de um “crime passional” e decidiram iniciar uma investigação independente. Essa investigação resultou no julgamento e prisão dos militares responsáveis. No entanto, devido à pressão da Promotoria Geral, liderada por Consuelo Porras, Gutiérrez e seus colegas tiveram que deixar o país.

No primeiro turno das eleições presidenciais na Guatemala, Gutiérrez ficou surpreso com o salto de Bernardo Arévalo, do partido Movimento Semilla, que passou de 3% para chegar ao segundo turno. Em busca de respostas, ele recorreu aos seus amigos da Prensa Comunitaria, que fizeram um levantamento das redes sociais, monitorando tik tok, Instagram e outras plataformas, para entender a mudança de comportamento dos eleitores. O que eles descobriram é que as pessoas estavam buscando informações sobre Arévalo e seu partido antes de votar, substituindo assim as conversas políticas tradicionais nas vendinhas, nas canchas e nos pontos de ônibus.

A vitória do Movimento Semilla nas eleições guatemaltecas ganhou projeção internacional. Gutiérrez acredita que isso se deve a razões geopolíticas, como a oportunidade de deter a regressão democrática na América Central, representada pelos governos de Nayib Bukele, em El Salvador, e Daniel Ortega, na Nicarágua. Além disso, a ruptura do pacto de corrupção na Guatemala, um país dominado por uma ditadura corporativa, pode ter impactos significativos na região.

No entanto, Gutiérrez ressalta que o maior desafio pós-eleitoral será a governabilidade e a formação de um governo confiável. Ele também destaca a origem do Movimento Semilla, que foi formado a partir da convocação do sociólogo Edelberto Torres Rivas em 2014, com o objetivo de gerar uma opção política reformista para a Guatemala.

Em conclusão, Edgar Gutiérrez, jornalista experiente e defensor dos direitos humanos, enxerga a ascensão do Movimento Semilla como uma oportunidade única para a Guatemala combater a corrupção e promover a justiça. Com sua conexão com as pessoas e sua determinação em desafiar as elites corruptas, Bernardo Arévalo está trazendo esperança para a população, mostrando-se capaz de “tirar a casta” e liderar o país em direção a um futuro melhor.

Fonte: [nome da fonte não especificada]

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